Na conferência de imprensa que abordou a actual situação dos bombeiros municipais, destacando "perda de poder de compra e revoltas dos trabalhadores", o presidente do Siacsa, Gilberto Lima, salientou que as câmaras não têm aplicado o decreto legislativo 61/2020 referente ao salário do comandante adjunto e à classificação da categoria desses profissionais.
O líder sindical argumentou que o salário não reflecte o estatuto especial dos bombeiros, uma vez que alguns ainda recebem o salário mínimo e cada câmara municipal define o seu próprio salário "sem abranger nenhum critério específico".
É essencial, enfatizou, a unificação e a garantia de um salário digno para "acabar com a injustiça", a aplicação urgente do decreto-lei, o fornecimento de materiais de protecção e de trabalho, a disponibilização de espaços adequados e indumentária de qualidade, bem como a definição clara e objectiva do Plano de Cargos, Funções e Remunerações (PCFR).
Segundo Gilberto Lima, apenas a Câmara Municipal do Sal seguiu as directrizes do Governo e implementou o PCFR, que, sublinhou, deveria abranger todos os funcionários públicos.
O líder sindical alertou ainda que neste momento há uma revolta entre os bombeiros municipais devido à não aplicação do referido instrumento e à falta de actualização salarial, apelando às autarquias que ajam rapidamente antes do período eleitoral, para evitar problemas graves no futuro.
"Também é notório que os grupos profissionais de saneamento não estão minimamente equipados com materiais de protecção, e lamentamos que outros nem sequer disponham de meios de higiene e segurança no trabalho. Mais uma vez, repito, é urgente agir para reverter estas questões", reforçou.