A apresentação do evento foi feita hoje, pelo Presidente da República, José Maria Neves, que aponta para um espaço de diálogo e debate para mudança de comportamentos.
“Então, essencialmente, o que nós queremos é sensibilizar a sociedade civil,os jovens, as universidades, as pessoas ligadas ao mar, as autoridades nacionais e locais, as ONGs, sobre a problemática da gestão sustentável dos oceanos. Nós não vamos tomar nenhuma decisão. Vamos debater, procurar influenciar, sugerir, propor. Temos políticas públicas municipais, temos políticas públicas nacionais e quem tiver competência deve poder aproveitar desse manancial de ideias, de debates, de sugestões, de propostas para formular políticas públicas consistentes relacionadas com a gestão sustentável dos oceanos”, explica.
O Presidente da República sublinha a vulnerabilidade e exposição de Cabo Verde ao impacto das mudanças climáticas e acidificação do oceano e destaca o papel activo do país nos fóruns internacionais.
“Cabo Verde tem estado presente em vários fóruns internacionais. Veja-se as conferências sobre a década dos oceanos, toda a problemática da preservação do património natural e cultural da África e da humanidade. E tem também estado a participar activamente nas cimeiras sobre as mudanças climáticas, que estão a ser realizadas um pouco por todo o mundo. Cabo Verde tem tido um papel muito activo neste domínio. E espero que, nos próximos tempos, com o maior envolvimento da sociedade civil para que possamos conseguir mais parcerias para fazermos face às mudanças climáticas”,afirma.
Relativamente à poluição transfronteiriça, Neves, recorda que os pequenos estados insulares, como é o caso de Cabo Verde, não têm condições adequadas para gerir a poluição plástica e reforça a importância das negociações para o tratado internacional que regula esta matéria.
“Conhecemos a situação da ilha de Santa Luzia, que é uma situação muito grave, muito complexa. E espero que a conferência faça propostas, sugestões sobre parcerias inovadoras que podem ser desenvolvidas para o combate ao plástico. No nosso caso, importamos muito plástico, mas também há muito de poluição marítima que resulta de mobilidade de plásticos de outros países que nós não produzimos aqui em Cabo Verde.E precisamos de encontrar formas de mobilizar recursos financeiros, de criar parcerias institucionais, sobretudo os pequenos estados insulares, para essa problemática”, sublinha.
Sob o lema “Oceanos Sustentáveis, Sociedades Resilientes, Educando para o Futuro”, o evento no Sal, diferente das duas primeiras edições, é uma Conferência internacional. Deverá contar com a participação da Unesco, do Sistema das Nações Unidas, de Universidades, autoridades locais e nacionais, além de investigadores e organizações não-governamentais.