Numa ronda pela rua Pedonal no Plateau a Inforpress pôde constatar movimentação maior do que o habitual, com pessoas a frequentarem filas tanto nas lojas como nos ATM para levantar algum dinheiro, sem falar do trânsito que, segundo algumas pessoas, “está um caos”.
Nos últimos dois dias, 23 e 24 de Dezembro, este é o cenário que se pode encontrar do centro da cidade da Praia, provocando algum stress aos mais impacientes.
Entretanto, os nossos entrevistados afirmaram que a compra está a decorrer bem, não obstante alguns queixarem-se de preços excessivos de alguns produtos.
Sobre deixar a compra para a última hora dizem entender que tem a ver com falta de dinheiro porque muitos não têm poder de compra, pelo que têm de esperar pela remessa do estrangeiro e também pelo pagamento do salário do mês de Dezembro.
“Estamos a fazer as compras para fazer a ceia em família, os produtos são diversos e os preços não muito apetecíveis. Mas é o que é e se planeamos bem e fizermos um pequeno esforço conseguiremos fazer uma ceia de Natal em família dignamente”, disse Rony Vieira que se fazia acompanhar da família, nas compras.
Segundo disse só hoje é que conseguiram fazer as compras porque nos últimos dias tem saído tarde do trabalho embora algumas lojas se encontrassem abertas, e outras não, e por isso não seria possível encontrar tudo o desejavam.
Para Nilde Lima os preparativos estão a correr bem e afirma que hoje está apenas à procura de coisas que às vezes são esquecidas para os últimos detalhes da festa.
“O preço é o que é, infelizmente não temos nada a fazer. Alguns produtos sobem, outros não. Por exemplo, o tomate que estava caríssimo hoje está mais barato, as verduras todas estão mais em conta, e isso compensa um pouco as coisas mais caras”, afirmou.
Já Alexandre Rodrigues considerou que este bom movimento de pessoas nas ruas, a frequentar as lojas reflecte uma boa dinâmica nesta época.
“Passamos pelos correios, bancos e encontramos muitas pessoas nas portas, o que significa também que nossos emigrantes continuam a contribuir muito nesses tempos para que toda a família tenha alguma coisa nas suas mesas”, observou.
Na óptica de Patrícia Gomes, e de tantas outras pessoas ouvidas, as pessoas deixaram as compras para a última hora por falta de poder de compra, uma vez que muitas ficam à espera de remessas de emigrantes e outros pelo salário.
No entanto esperam que tudo continue a correr na normalidade e aproveitaram para desejar a todos os cabo-verdianos e as pessoas do mundo inteiro um Feliz Natal, cheio de paz, tranquilidade e esperança num mundo melhor.