Cabo Verde e Malta são pequenos estados insulares, geograficamente muito diferentes, mas com desafios muito semelhantes.
Sim, muito semelhantes. Geograficamente, como referiu, a distância entre nós e Cabo Verde é grande, mas Malta ocupa uma posição estratégica de grande importância. Além disso, é membro da União Europeia desde 2004. Cabo Verde, por sua vez, encontra-se estrategicamente localizado numa região onde dois grandes continentes são separados por um vasto oceano. Para além disso, Cabo Verde situa-se num corredor onde as rotas de transbordo e navegação são muito movimentadas — talvez até mais do que no passado — devido às dificuldades no Médio Oriente, o que torna o seu papel ainda mais relevante. Deste modo, Cabo Verde, com o seu contacto próximo com os Estados da África Ocidental, o seu papel no continente africano e a sua parceria especial com a União Europeia, beneficia de uma posição privilegiada em comparação com outros países. Esta realidade coloca-nos numa situação em que podemos compreender-nos, partilhar experiências e, talvez, descobrir formas e meios de cooperação entre ambos.
As alterações climáticas são muito importantes para países como Malta e Cabo Verde. Como é que os países podem cooperar para enfrentar este problema?
Em primeiro lugar, temos em comum todos os recursos que a União Europeia coloca à nossa disposição. Para Malta, isso é ainda mais relevante, pois estamos sentados à mesa das negociações. Somos membros da União Europeia, enquanto Cabo Verde mantém uma parceria especial com esta organização. Trata-se de um acordo de parceria especial. Os recursos podem ser financeiros, mas não exclusivamente. O conhecimento, a experiência e a ciência que a União Europeia disponibiliza a todos nós permitem que pequenos Estados insulares, como Malta e Cabo Verde, tenham acesso a soluções para mitigar os impactos das alterações climáticas e preparar-se para eles.
Vou dar alguns exemplos simples. O desafio da água. Temos um problema que existe há centenas de anos: a ilha é pequena e, por isso, a água da chuva disponível não é suficiente para suprir as nossas necessidades. No mundo de hoje, este problema agrava-se ainda mais devido ao turismo, aos serviços financeiros e à indústria transformadora — todos esses sectores requerem água, para além das necessidades básicas para garantir qualidade de vida aos cidadãos. Mas não temos água suficiente. Cabo Verde enfrenta o mesmo desafio. Em Cabo Verde, há um sector agrícola significativo, que também exige grandes quantidades de água. Em Malta, recorrendo aos nossos próprios recursos e aos recursos da União Europeia, investimos fortemente na osmose inversa, transformando água do mar em água potável. Naturalmente, o custo da energia é um grande desafio para nós. Para enfrentá-lo, possuímos as nossas próprias centrais eléctricas, mas também contamos com um cabo interconector que liga Malta à Sicília, permitindo o acesso à rede eléctrica de toda a União Europeia. No caso de Cabo Verde, a dessalinização da água do mar já é uma realidade. Cabo Verde já está a fazer isso. Uma ideia — cuja decisão cabe às autoridades cabo-verdianas — seria avaliar a possibilidade de um cabo interconector com os Estados da África Ocidental, o que permitiria o acesso à energia gerada nessa região ou até mesmo a transformação desse recurso numa oportunidade de negócios. Estas são ideias que, no nosso caso, foram financiadas, em parte, pela União Europeia. O projecto Gateway, que a UE já assinou com Cabo Verde, colocando 250 milhões de euros à disposição, poderia ser utilizado, ou talvez já esteja a ser planeado, para enfrentar alguns desses desafios. Assim, as alterações climáticas representam um grande problema, e há medidas que já estão a ser tomadas ou que podem ser implementadas no futuro.
Mencionou que Cabo Verde deveria investir mais no ensino de tecnologia para os estudantes. Na sua opinião, quais seriam as áreas mais importantes na área da tecnologia?
A tecnologia é absolutamente vital nos dias de hoje. Sem ela, nenhum país pode progredir. Mas, para Estados insulares como nós e Cabo Verde, a tecnologia é uma dádiva, pois permite-nos superar talvez o maior obstáculo que enfrentamos: a distância em relação ao continente. Tanto para nós como para Cabo Verde, a economia começou por depender fortemente do turismo. No entanto, com o tempo, percebemos que confiar exclusivamente neste sector é arriscado, uma vez que está sujeito a factores fora do nosso controlo. Por isso, tornou-se essencial diversificar a economia, e fizemo-lo investindo em vários sectores, com destaque para os serviços e os serviços financeiros. O mesmo se aplica a Cabo Verde, onde uma grande parte do PIB provém do turismo. No entanto, o país já reconheceu a necessidade de diversificação, e uma das soluções passa pela expansão dos serviços financeiros. Para alcançar este objectivo, são necessários três elementos fundamentais: infraestrutura, capital humano e um enquadramento legal adequado. O capital humano exige investimento na educação dos jovens, nas universidades e na formação profissional. Isso inclui capacitação em desenvolvimento de software, manutenção de infraestrutura e regulamentação do sector financeiro. Há toda uma série de iniciativas que precisam de ser implementadas, mas o esforço compensa. Malta avançou significativamente nesta área e, hoje, é um dos países líderes em serviços financeiros. Para Cabo Verde, investir no ensino de tecnologia pode representar um grande passo para o desenvolvimento económico, especialmente em áreas como desenvolvimento de software, cibersegurança, inteligência artificial e infraestrutura digital, que são essenciais para modernizar e fortalecer os serviços financeiros e outros sectores estratégicos da economia.
Malta também é um país com uma grande necessidade de segurança marítima. Como os dois países podem cooperar nessa área?
Há várias formas de cooperação. Tanto Malta como Cabo Verde desenvolvem programas e parcerias, não apenas directamente entre os dois países, mas também através da União Europeia. Muitas das iniciativas de segurança marítima são coordenadas no âmbito da UE.
Para Malta, a segurança marítima no centro do Mediterrâneo está fortemente ligada à gestão da migração irregular e ao fluxo de refugiados que tentam atravessar do Norte de África para a União Europeia pelo Mediterrâneo. Este é um tema de grande preocupação política em toda a Europa. Além disso, há questões como o tráfico de seres humanos e o tráfico de droga, que também fazem parte do desafio da segurança marítima. Malta recebe apoio financeiro, conhecimento especializado e coordenação da União Europeia. Aliás, existe uma agência da UE sediada em Malta especificamente para coordenar iniciativas relacionadas com refugiados e migração irregular no Mediterrâneo. No caso de Cabo Verde, os acordos negociados com a União Europeia já prevêem recursos para a segurança marítima, e a UE reconhece Cabo Verde como um parceiro estratégico nesta área, especialmente no controlo da migração irregular na região. Para além do contexto europeu, Cabo Verde ocupa também uma posição estratégica em relação às Américas e à América Latina. Embora este seja um ponto relevante, não entrarei em detalhes, pois não sou especialista nessa matéria. De um modo geral, tanto Malta como Cabo Verde desempenham um papel importante na segurança marítima e, através da cooperação com a União Europeia, podem reforçar ainda mais essa actuação. No que diz respeito à questão da migração irregular, vale destacar que, embora Malta seja um dos primeiros pontos de chegada para migrantes vindos do Norte de África, a maioria dos refugiados tem como destino final países do norte da Europa, como Itália, França e Alemanha. Muitos acabam por ficar em Malta devido a problemas nas embarcações ou a mudanças inesperadas nas condições meteorológicas. Esta situação gerou desafios políticos e humanitários para Malta, um país pequeno e com uma das maiores densidades populacionais do mundo. Por esse motivo, Malta pressionou a União Europeia para coordenar soluções mais eficazes, embora nem todas as expectativas tenham sido atendidas. Ainda assim, o país conseguiu negociar formas de gerir melhor a situação.
Minha pergunta foi: como Malta lidou com essa pressão?
Ah, foi um dos maiores desafios. No entanto, falarei por mim, e o que direi não significa necessariamente que os meus sucessores tenham seguido a mesma política. A minha política sempre foi a seguinte: se vidas estiverem em risco no mar, a nossa responsabilidade é salvá-las. Se recebêssemos um alerta de que um barco com cem refugiados estava em perigo, a nossa decisão era ir resgatá-los. Esta política não era popular e tinha um preço a pagar. Mas, para mim, a política deve ser guiada pelo que é ética e moralmente correcto. Acredito nos direitos humanos fundamentais e no respeito pela dignidade de cada pessoa, independentemente da sua nacionalidade. Esta abordagem gerou grandes desafios durante o meu mandato. Pressionámos a União Europeia para nos ajudar a integrar alguns desses migrantes nos países membros. Também procurámos apoio dos Estados Unidos e de outros países. Recebemos ajuda dos EUA por um período, assim como da UE, mas, na prática, tivemos de resolver a maior parte do problema por conta própria. Com o tempo, a situação mudou. Hoje, a nossa economia depende da importação de milhares de trabalhadores estrangeiros. Passámos de um cenário em que centenas de migrantes desembarcavam nas nossas praias para outro em que precisávamos de os integrar na nossa comunidade. Actualmente, há um grande debate em Malta: precisamos de todos esses trabalhadores estrangeiros? Esta é uma questão relevante, pois sectores como o turismo, a hotelaria, o meio ambiente, a assistência social e os transportes dependem da presença de trabalhadores estrangeiros. Não temos recursos humanos malteses suficientes para responder a esta procura. Este é um dos desafios do mundo moderno. No caso de Cabo Verde, pelo que vejo, a situação é diferente. Pelo menos até ao momento, não parece haver um grande fluxo de trabalhadores estrangeiros no país. Os desafios enfrentados aqui provavelmente são de outra natureza.
Mas essa tensão causada pelo aumento constante do número de migrantes gerou problemas na Europa.
Sim, em Malta e em toda a Europa. Se analisarmos a situação política actual no continente, especialmente o que está a acontecer na Alemanha e em França, veremos que a questão da migração é um tema central de controvérsia política. Este será um dos temas determinantes nas próximas eleições. É um assunto de grande preocupação popular e que não tem uma solução fácil. Na minha opinião, há valores e princípios que devem ser tidos em conta. Mas nem todos concordam comigo sobre isso.
Com o populismo que surgiu em consequência desta pressão, que tipo de Europa teremos no futuro?
A Europa está a mudar. Não posso prever o futuro, mas sei quais são os factos. Primeiro, a Europa está a tornar-se um continente envelhecido. As taxas de natalidade estão a cair e, consequentemente, a população está a envelhecer – algo que acontece também em Malta. Este é um desafio significativo. As nossas economias dependem não apenas de recursos humanos qualificados, mas também de trabalhadores para diversos sectores. E não estamos a conseguir encontrar trabalhadores suficientes – nem nós, nem países muito maiores do que o nosso. Como sustentaremos partes da economia que são essenciais para a nossa qualidade de vida?
Na minha opinião, a única solução é regularizar condições de trabalho adequadas para que os trabalhadores estrangeiros possam prestar os serviços de que precisamos. Não posso falar por outros países, pois cada um precisa de resolver esta questão à sua maneira. No entanto, há um ponto comum para todos: ou concordamos com ele, ou não conseguiremos avançar. E esse ponto comum é o seguinte: qualquer pessoa que venha para o nosso país deve ter a sua dignidade respeitada e deve receber os direitos e benefícios que lhe são devidos enquanto trabalhador. Ou aceitamos isso, ou tornamo-nos uma sociedade completamente diferente, sem valores. Pessoalmente, acredito que precisamos de encarar a realidade. As nossas economias precisam de trabalhadores estrangeiros. Precisamos de regulamentar e controlar essa questão, mas, uma vez que aceitamos essa necessidade, devemos também garantir o respeito pela dignidade de cada pessoa.
Falando da União Europeia como um todo, depois do que vimos nos últimos dias sobre a guerra na Ucrânia, acha que a instabilidade continuará por muito tempo?
Depende do que se entende por instabilidade. Neste momento, a Europa enfrenta desafios económicos. A economia europeia ainda não recuperou o fôlego que tinha antes da pandemia. Continuamos a tentar recuperar o terreno perdido. Grandes economias, como a alemã e a francesa, ainda não se encontram numa situação estável. Sofremos com a inflação e com o impacto da guerra na Ucrânia.
Agora, os governos precisam de investir mais na defesa da Europa – algo que antes não era uma prioridade, mas que se tornou essencial. E os orçamentos são limitados, o que torna a situação ainda mais desafiante. Quanto à guerra na Ucrânia, tudo dependerá do que vier a acontecer. Não sei como a situação irá evoluir, mas percebo que o presidente dos Estados Unidos parece estar a tomar iniciativas que podem conduzir a um acordo justo – um acordo que respeite a Ucrânia como o país que foi invadido. Esse deve ser o princípio orientador: a Ucrânia foi invadida pela Rússia. Sim, é necessário encontrar uma solução. Sim, a guerra precisa de terminar. Mas como isso acontecerá e em que condições, não posso prever. Apenas espero que prevaleçam o bom senso e o respeito, e que a ordem mundial continue a ser baseada em valores e princípios.
Voltando aos pequenos estados insulares, Malta já está a sentir as consequências das mudanças climáticas.
Sim, sempre tivemos um problema relacionado com a água. Nos últimos anos, o volume de precipitação na ilha diminuiu. Se já era um enorme desafio, agora tornou-se ainda maior. No passado, costumávamos extrair água do subsolo. No entanto, isso já não é possível porque, numa ilha, se escavarmos demasiado e o nível da água no lençol freático descer abaixo do nível do mar, tudo fica comprometido. Portanto, essa já não é uma opção viável. O desafio para Malta, suspeito, não será tão significativo em Cabo Verde. Para nós, devido à nossa pequena extensão territorial — ainda menor do que a de Cabo Verde — e à nossa elevada densidade populacional por quilómetro quadrado — muito superior à de Cabo Verde —, não é possível instalar parques eólicos que gerem energia suficiente. Não dispomos de espaço suficiente para parques eólicos terrestres. Explorámos a possibilidade de instalar turbinas eólicas em alto-mar. No entanto, o nosso mar torna-se demasiado profundo muito próximo da costa, o que inviabiliza, com a tecnologia disponível, a instalação de parques eólicos flutuantes. Também não é viável a instalação de painéis solares ou centrais solares na ilha, uma vez que não há espaço suficiente para que tenham um impacto significativo. Apesar disso, investimos consideravelmente nessa área. Muitas habitações instalaram painéis solares, o que trouxe melhorias, mas não foi suficiente. Resolvemos este problema através da ligação a um cabo interconector que nos permite aceder à rede eléctrica europeia. Estes desafios, no entanto, não se aplicam necessariamente a Cabo Verde. Aqui, há vento, há espaço para a instalação de parques eólicos, e há potencial para o seu desenvolvimento. Estou convencido de que, com fundos da União Europeia, esse cenário pode tornar-se uma realidade. Portanto, a minha resposta à sua pergunta é: sim, as mudanças climáticas tiveram impacto em Malta, e tomámos medidas para mitigar esses efeitos. Precisamos de olhar para o futuro, pois necessitamos de mais soluções. Se o nível do mar subir, perderemos território. E, para um estado insular onde cada centímetro quadrado é precioso, perder qualquer parcela de terra é um desastre. Esse é mais um dos desafios que enfrentamos. Mas este é o mundo em que vivemos, e é por isso que desempenhamos um papel central em conferências internacionais, procurando persuadir os grandes países poluidores, que contribuem para a crise climática. Insistimos que devem reduzir as suas emissões poluentes e ajudar a restaurar o equilíbrio natural do planeta.
O turismo é uma parte muito importante da sua economia. Como lidam com a pressão de não ultrapassar os limites, já que é tentador investir apenas nessa área?
Sim, o turismo é um dos pilares principais da nossa economia. No passado, a sua importância era ainda maior. Hoje, representa 15% do nosso PIB, mas já chegou a atingir 60% ou 70%. Para se ter uma ideia, a nossa população é de menos de 500.000 habitantes. No ano passado, recebemos 3.500.000 turistas. Ou seja, o número de visitantes foi sete vezes superior à nossa população. A pressão sobre a infraestrutura com este volume de turistas é enorme. Construímos hotéis de quatro e cinco estrelas, e os turistas passaram também a utilizar plataformas como o Airbnb e a alugar apartamentos. A chegada de companhias aéreas de baixo custo impulsionou ainda mais esses números. No entanto, os desafios ao nível da infraestrutura continuam, e estamos a começar a discutir se já atingimos um limite e se, em vez de focarmos na quantidade, devemos concentrar-nos na qualidade. Encontrar o equilíbrio certo entre estas duas abordagens é um grande desafio. O mais importante em tudo isto é fortalecer outros sectores da economia. Para dar um exemplo: quando a pandemia nos atingiu, o turismo simplesmente parou. Não tivemos culpa na pandemia, não podíamos controlá-la, mas ela destruiu a nossa indústria turística durante um ano inteiro. Sabe o que isso significou? Significou que milhares de empregos ficaram em risco. O governo precisou intervir, com o apoio da União Europeia, para proteger esses postos de trabalho, na esperança de que, quando tudo voltasse ao normal, eles pudessem ser recuperados. A lição que tirámos foi clara: não podemos depender exclusivamente do turismo. Precisamos de o impulsionar e apoiar, mas nunca depender apenas dele. Isso significa que outros sectores da economia são extremamente importantes, pois garantem resiliência mesmo em tempos de crise, como durante uma pandemia.
Como passaram de uma economia dependente do turismo em 60-70% para apenas 15%? Em que áreas investiram?
Esse mérito cabe aos meus predecessores. Há 20 ou 25 anos, quando a revolução digital estava a acontecer, percebemos desde cedo que a conectividade global mudaria tudo. Para nós, em Malta, isso representava uma enorme vantagem, pois abriria oportunidades que antes não existiam. Fizemos duas coisas. Primeiro, demos prioridade à adesão à União Europeia, o que nos abriu um mercado de 500 milhões de pessoas. O acesso livre ao mercado europeu, especialmente no sector dos serviços, foi uma enorme mais-valia para nós. Isso permitiu reduzir a nossa dependência do turismo sem, no entanto, o abandonar. Não me interprete mal: o turismo continuou a ser um sector essencial, mas conseguimos desenvolver novas áreas de actividade. A adesão à UE proporcionou essa oportunidade, mas, para a aproveitar, tivemos de investir em duas frentes: infraestrutura e educação. Ao nível das infraestruturas, investimos em cabos submarinos de dados, ligando Malta ao resto da Europa e garantindo redundância para evitar falhas em caso de avarias. No campo da educação, financiámos a nossa universidade e criámos novos cursos que antes não existiam, como contabilidade, estatística, investigação e desenvolvimento, análise de dados e desenvolvimento de software. Isso permitiu formar profissionais qualificados para responder às necessidades emergentes da indústria. Além disso, formámos advogados especializados em serviços financeiros, indo além do tradicional enfoque no direito civil e comercial. Criámos especialistas em jogos digitais, tecnologia financeira e outros sectores inovadores. Foi assim que, ao longo de 20 anos, fizemos a transição de uma economia altamente dependente do turismo para uma economia diversificada. E este processo precisa de continuar, pois a ascensão da inteligência artificial está a abrir novas oportunidades, mas também a eliminar algumas profissões tradicionais. Temos de gerir esta transformação com muito cuidado.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1212 de 19 de Fevereiro de 2025.