Caso as exigências não sejam cumpridas, os cabo-verdianos poderão enfrentar forte limitações ou até a proibição total de entrada nos EUA. A decisão deverá ser anunciada a partir de 21 de Março.
Segundo o jornal Público, a New York Times cita um documento do Departamento de Estado que está a circular entre responsáveis e diplomatas norte-americanos e que poderá servir de base a um novo decreto do Presidente Donald Trump que deverá restabelecer e alargar a proibição de entrada de cidadãos estrangeiros nos Estados Unidos que vigorou durante o primeiro mandato do republicano.
Entre os países lusófonos, além de Cabo Verde, Angola e São Tomé e Principe também se encontram na lista amarela, mais a Guiné Equatorial, também membro da CPLP, são incluídos numa lista de nações a quem será dada a possibilidade de corrigir eventuais falhas para evitar a restrição de entrada dos seus cidadãos nos EUA.
Os restantes países visados por este alerta amarelo são Antígua e Barbuda, Benim, Burkina Faso, Camboja, Camarões, Chade, República do Congo, República Democrática do Congo, Dominica, Gâmbia, Libéria, Malawi, Mauritânia, São Kitts e Nevis, Santa Lúcia, Vanuatu e Zimbabué.
Venezuela, Afeganistão e Irão na lista vermelha
O documento preliminar designa outros dois grupos de nações cujos cidadãos poderão vir a estar sob forte restrição ou proibição total de entrada nos EUA.
Na lista vermelha de exclusão total encontram-se Afeganistão, Butão, Cuba, Irão, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e lémen.
Quase todos estes países foram visados pela mesma medida no primeiro mandato de Trump e os seus cidadãos já se encontravam actualmente perante fortes restrições quando à obtenção de vistos.
No entanto, a inclusão do Butão, uma pequena nação nos Himalaias, entre a Índia e a China, é inesperada.
Numa lista laranja de forte limitação na concessão de vistos, mas não de exclusão total, estão a Bielorrússia, Eritreia, Haiti, Laos, Birmânia, Paquistão, Rússia, Serra Leoa, Sudão do Sul e Turquemenistão.
As listas provisórias, ressalvam as fontes do New York Times, ainda poderão vir a integrar ou excluir países até à sua oficialização final.
O documento encontra-se num período de consulta e discussão entre elementos dos serviços diplomáticos e de segurança dos EUA.
O processo vem responder a uma ordem executiva de Trump, que a 20 de Janeiro, no primeiro dia do seu segundo mandato, deu 60 dias ao Departamento de Estado para redigir uma lista de países "cujo escrutínio e verificação de informação é tão deficiente que justifica uma suspensão parcial ou total da entrada de nacionais desses países" nos EUA.
A lista final de restrições poderá ser oficializada e divulgada a partir de 21 de Março, na próxima sexta-feira. A primeira medida de exclusão, decretada em 2017, visava países de maioria muçulmana e foi inicialmente contestada pelos tribunais.
Reformulada e alargada posteriormente a outros países não muçulmanos, a proibição acabou por vigorar até 2021, quando foi revogada pelo Presidente democrata Joe Biden.
A recuperação da medida integra-se agora numa campanha mais vasta de restrição da imigração para os EUA, que inclui um aumento da deportação de imigrantes em situação irregular e a suspensão do acolhimento de refugiados.