As declarações do governante foram feitas aos jornalistas à margem da Conferência Internacional sobre Protecção de Dados Pessoais na Era da Inteligência Artificial.
Ulisses Correia e Silva assegurou que o país está a trabalhar para sair da lista de 22 países sob alerta amarelo no que diz respeito à entrada nos Estados Unidos e sublinhou que a situação é transitória e depende do cumprimento de certos requisitos.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros já deu uma comunicação muito clara sobre isto. É uma posição transitória que depende do cumprimento de alguns requisitos”, afirmou .
O Chefe do Governo assegurou que já foi solicitado esclarecimento ao Departamento de Estado norte-americano para saber exactamente quais são os problemas que foram questionados e dar a resposta necessária.
“Estamos confiantes de que poderemos também sair dessa lista e fazer com que Cabo Verde seja um país que, relativamente aos Estados Unidos, tem sido uma referência”, declarou.
Rejeitando qualquer ligação entre a medida e a mudança de administração nos EUA, o Primeiro-ministro lembrou que Cabo Verde já esteve anteriormente numa lista restritiva devido a questões relacionadas com o expatriamento de cidadãos condenados ou repatriados.
“É preciso ter memória que já houve tempos em que Cabo Verde estava na lista cinzenta relativamente a questões que têm a ver com o expatriamento de pessoas que nos Estados Unidos, que são condenados ou são repatriados por algum motivo e Cabo Verde nessa altura não cumpria com todos os requisitos”, explicou.
O país, prosseguiu, conseguiu ultrapassar essa situação ao garantir o cumprimento das exigências.
“Espero que, havendo algum incidente, se possa voltar à normalização”, concluiu.
Na passada sexta-feira, 14, o The New York Time divulgou que os Estados Unidos estão a considerar impor restrições à entrada de cidadãos de vários países, incluindo Cabo Verde.
O arquipélago integra uma lista de 22 nações sob alerta amarelo, tendo um prazo de 60 dias para corrigir falhas na emissão de documentos, controlo de fronteiras e partilha de informações com Washington. Caso as exigências não sejam cumpridas, os cabo-verdianos poderão enfrentar forte limitações ou até a proibição total de entrada nos EUA.
A decisão deverá ser anunciada a partir de 21 de Março. Entre os países lusófonos, além de Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe também se encontram na lista amarela, mais a Guiné Equatorial, outro membro da CPLP.