Conforme o documento publicado no dia 11 de Julho, estes valores colocam Cabo Verde acima de vários países cujos cidadãos viram a sua entrada nos EUA suspensa ou parcialmente restringida em 2025, por decisão do Presidente Donald Trump.
Cuba, por exemplo, que enfrenta uma suspensão parcial, registou uma taxa de 7,7% para vistos B e 18,8% para vistos F/M/J, ambos inferiores às percentagens atribuídas aos cabo-verdianos.
O relatório sublinha que, embora muitos imigrantes em situação irregular entrem nos Estados Unidos mediante passagens clandestinas na fronteira, mais de 40% permanece ilegalmente após o vencimento dos seus vistos temporários.
Com base nestes dados, os autores do estudo recomendam ao Presidente Trump que considere a possibilidade de estender a proibição de entrada a cidadãos de outros países que registaram taxas de permanência irregular superiores às dos já sancionados.
A taxa média de overstay para países fora do Programa de Isenção de Vistos (como Cabo Verde) foi de 3,2% em 2023.
No caso dos vistos F, M e J, a média global foi de 3,67%. Cabo Verde, com 25,7%, surge numa lista de 67 países com percentagens mais elevadas que o Laos, cuja taxa de 6,5% foi usada para justificar restrições de entrada.
De referir que desde o dia 7 de Julho, os vistos de não imigrante para cidadãos cabo-verdianos passaram a ter validade de três meses e permitem apenas uma entrada nos Estados Unidos.
Antes, em Junho, os EUA anunciaram que, a partir de agora, quem pretender obter um visto de estudante ou de intercâmbio (vistos F, M ou J) para aquele país terá de tornar públicas as suas contas nas redes sociais.
Lista dos países cujos nacionais tiveram a entrada total ou parcialmente suspensa pela "Proclamação de 2025", juntamente com as suas taxas de permanência irregular (overstay) em 2023:
Afeganistão (totalmente suspenso): Taxa de overstay do visto B de 9,7% e do visto F/M/J de 29,3%.
Birmânia/Myanmar (totalmente suspenso): 27,1% (B); 42,2% (F/M/J)
Burundi (parcialmente suspenso): 15,4% (B); 17,5% (F/M/J)
Chade (totalmente suspenso): 49,5% (B); 55,6% (F/M/J) (não mencionadas como justificação)
Cuba (parcialmente suspensa): 7,7% (B); 18,8% (F/M/J)
República do Congo (totalmente suspensa): 29,7% (B); 35,1% (F/M/J)
Guiné Equatorial (totalmente suspensa): 22,0% (B); 70,2% (F/M/J)
Eritreia (totalmente suspensa): 20,1% (B); 55,4% (F/M/J)
Haiti (totalmente suspenso): 31,4% (B); 25,1% (F/M/J)
Irão (parcialmente suspenso): 5,0% (B); 4,5% (F/M/J) (as taxas de overstay do Irão não foram mencionadas como justificação para a suspensão)
Laos (parcialmente suspenso): 34,8% (B); 6,5% (F/M/J)
Líbia (totalmente suspensa): 6,7% (B); 31,2% (F/M/J) (as taxas de overstay da Líbia não foram mencionadas como justificação para a suspensão)
Serra Leoa (parcialmente suspensa): 15,4% (B); 35,8% (F/M/J)
Somália (totalmente suspensa): 10,9% (B); 34,4% (F/M/J) (as taxas de overstay da Somália não foram mencionadas como justificação para a suspensão)
Sudão (totalmente suspenso): 26,3% (B); 28,4% (F/M/J)
Togo (parcialmente suspenso): 19,0% (B); 35,1% (F/M/J)
Turquemenistão (parcialmente suspenso): 15,4% (B); 21,7% (F/M/J)
Venezuela (parcialmente suspensa): 9,8% (B); 2,7% (F/M/J) (a taxa de overstay F/M/J da Venezuela não foi mencionada como justificação para a suspensão)
Iémen (totalmente suspenso): 19,8% (B); 40,9% (F/M/J) (as taxas de overstay do Iémen não foram mencionadas como justificação para a suspensão)