Janira Hopffer Almada reagia, em declarações à Inforpress, sobre a permanência do cancelamento dos voos internacionais da Cabo Verde Airlines e a falta de lugares nos voos domésticos da Binter, sobretudo para a ilha de São Vicente.
Conforme disse, transcorridos dois anos e quatro meses depois das eleições gerais no país onde houve “promessas de soluções” por parte do actual primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, “o que ficou foi uma empresa sem aviões, que não faz voos, com passageiros absolutamente desesperados e funcionários desanimados”.
“O contrato feito pelo Governo entregando à Binter o monopólio do mercado doméstico está a ter as consequências que todos nós já vimos. Há voos atrasados ou cancelados, evacuações não feitas, tarifas aumentadas a troco de quê “, questionou Janira Hopffer Almada.
Neste particular, a líder do PAICV desafia o primeiro-ministro a apresentar aos cabo-verdianos o contrato feito com a Binter, divulgando também quais os valores investidos nesse acordo.
“Os cabo-verdianos não estão a ganhar e nós precisamos de saber quem é que está a ganhar com este acordo”, enfatizou Janira Almada, lembrando também que ninguém conhece o contrato de gestão com a Icelandair, “porque tem uma cláusula de confidencialidade”, diz.
“O Governo está a gerir bens do Estado como se fosse casa própria ou bens próprios, numa grande confusão entre assuntos privados e interesses particulares e negócios públicos, o que é absolutamente inadmissível”, disse, sublinhando que o país “não tem se quer um único avião no momento actual”.
Janira Hopffer Almada afirmou ainda que “face a esses problemas sem as soluções prometidas” está segura de que os cabo-verdianos “já constataram e confirmaram que as promessas feitas por Ulisses Correia e Silva foram engavetadas e os seus compromissos foram absolutamente esquecidos”.