Segundo o governante, as negociações estão a ser conduzidas pelo secretário de Estado Adjunto para a Economia Marítima, Paulo Veiga, que levará em linha de conta todos os aspectos relacionados com a “apanha descontrolada” de tubarão que, conforme defendem os especialistas, está a pôr em causa a pesca em Cabo Verde.
Em declarações à imprensa, hoje, na Cidade da Praia, à margem do acto de abertura de um workshop sobre a jurisdição do domínio público marítimo em Cabo Verde, José Gonçalves garantiu que, no quadro da economia azul, o Governo releva a “importância de se cuidar da saúde e do bem-estar do mar”, assim como dos seus recursos.
“Será tudo bem equacionado, por forma a termos uma exploração sustentada dos nossos recursos marinhos”, precisou, acrescentando que é nesse sentido que o país vai negociar com a União Europeia para, de um lado, tirar o “melhor partido possível” do acordo de pesca e, do outro, “salvaguardar aquilo que são os interesses nacionais”.
Recentemente, um grupo de biólogos, naturalistas e mergulhadores associaram-se a movimentos ambientalistas de várias frentes para pedir às autoridades nacionais que a pesca do tubarão seja banida do acordo de pesca entre Cabo Verde e a União Europeia.
O biólogo marinho, Rui Freitas, que falou em nome do grupo “Movimento Contra Poluição em Cabo Verde”, afirmou que este pedido segue após verificarem que está a decorrer uma nova ronda negocial do acordo entre Cabo Verde e a UE, em que se quer que o arquipélago “possa tirar o melhor proveito do acordo”, ou “fazer o melhor acordo” possível.