“Nós muitas vezes acreditamos tanto que a comunidade internacional tem que vir ao nosso socorro, que nos esquecemos do nosso próprio papel. Nós somos parte dessa comunidade internacional. Nós temos que exigir que a comunidade internacional a que pertencemos, sem esquecer do papel da União Europeia, tem a obrigação de acompanhar o processo e garantir a transparência e liberdade do voto por parte dos cidadãos”, defendeu Domingos Simões Pereira.
O candidato a primeiro-ministro nas eleições legislativas de 10 de Marco, que falava aos jornalistas este sábado após um encontro com a comunidade guineense e estrutura do partido no município de Santa Catarina, ilha de Santiago, referia-se à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Africana e Organizações das Nações Unidas (ONU), às quais aquele país africano pertence.
“Eu penso que o elemento mais importante é o povo que está consciente e mobilizado para evitar que esta deriva constitucional possa perpetuar. É uma aberração, nós estarmos em Fevereiro de 2019 quase um ano depois do fim do prazo da antiga legislatura e ainda questionarmos se vamos ter eleições na data marcada de 10 de Março”, evidenciou.
Instado a declarar se acredita que as eleições legislativas de 10 de Março vão decorrer na “tranquilidade”, respondeu que sim, sustentando que o povo está vigilante e vai saber criar as condições para tal. Apesar disso, Simões Pereira admite que há forças a trabalharem no “sentido contrário”.
“Essas forças são anti-democráticas, são forças que não acreditam num voto livre do povo que os vá escolher. E são aquilo que os princípios do Estado de Direito tem que saber controlar e disciplinar”, rematou o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).