Célia Ramos, que iniciou na quarta-feira uma visita a Cabo Verde, a convite da ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação cabo-verdiana, Eunice Silva, pretende assistir às obras em curso de requalificação dos assentamentos informais nas ilhas do Sal e da Boa Vista.
Trata-se de obras realizadas pelo Governo de Cabo Verde e que contam com a parceria técnica de Portugal, através do seu Ministério do Ambiente e da Transição Energética.
Os assentamentos informais com habitações sem qualidade, más condições sanitárias, fraca iluminação e acessibilidade representam um dos principais desafios do ordenamento do território em Cabo Verde.
No Sal, a ilha mais turística de Cabo Verde, a governante portuguesa confirmou o “grande problema da habitação” que existe, com assentamentos informais que resultam da procura de emprego no setor do turismo.
“Tem havido um crescimento exponencial destas estruturas”, disse à Lusa a secretária de Estado, explicando que o apoio técnico de Portugal tem permitido melhorias ao nível da água, esgotos, eletricidade e pavimentação.
No terreno estão um engenheiro e um arquiteto português, pagos pelo Estado português, que têm apoiado estas zonas ao nível do ordenamento.
“Esse foi problema que tivemos de acudir em primeiro lugar”, afirmou Célia Ramos.
Para a governante, Cabo Verde “não estava preparado para receber esta carga turística” e, por isso, foram surgindo “problemas ambientais graves”, nomeadamente ao nível dos resíduos, área em que o Fundo Ambiental português está a apoiar o executivo cabo-verdiano.
“O grande desafio é ao nível da água e dos resíduos, porque há muita produção, mas esta é uma área em que Portugal quer continuar a apoiar Cabo Verde”, garantiu.
Ontem, Célia Ramos visitou os bairros Alto São João e Santa Cruz, na ilha do Sal.
Na sexta-feira, a governante desloca-se à Boa Vista, onde visitará o Bairro de Boa Esperança, considerado a "central de mão-de-obra" da ilha por alojar os trabalhadores dos muitos ‘resorts’ de luxo que existem.