“O caminho da estabilização e da recuperação da economia é duro e exigente. Não há outra alternativa, temos que o trilhar e não perder de vista e nem o propósito de atingir os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”, afirmou.
No seu discurso, no arranque do debate com o primeiro-ministro, na segunda sessão plenária de Maio, Ulisses Correia começou por relembrar que antes da pandemia da COVID 19, o país fechou o ano de 2019 com um crescimento económico de 5,6%, consistente com o ritmo de crescimento registado desde 2016.
“O desemprego situava-se em 10,2%. A confiança na economia estava em alta”, acrescentou o Chefe do Governo, completando que em três meses, do início da epidemia até à data, “os cabo-verdianos, no país e na diáspora, não desaprenderam de lutar, antes pelo contrário estão a dar um bom combate à propagação do vírus”.
Antes da pandemia da COVID 19, disse Ulisses Correia que Cabo Verde vinha, e continua, a atravessar um período de três anos consecutivos de seca severa com impacto sobre a produção agrícola, a disponibilidade da água, o emprego e o rendimento, com particular incidência nas zonas rurais, pelo que, referiu, “programas de emergência para mitigação dos efeitos da seca foram concebidos e têm sido implementados”.
“Não temos uma visão reducionista do mundo rural e nem limitadora do seu desenvolvimento. Dificuldades existem, o nível de pobreza é elevado e atinge quase 50% da população de zonas rurais. Mas não é com a apologia da pobreza, com o assistencialismo e com o populismo que se rompem as barreiras do ciclo vicioso da pobreza”, referiu.
Para o primeiro-ministro, é preciso, para além dos “calculismos de curto prazo”, construir o futuro, plantar bem hoje, regar e cuidar para colher amanhã.
Por isso, disse, o Governo tem dado respostas às situações de emergência e, ao mesmo tempo, orientando os territórios rurais para os objectivos do desenvolvimento sustentável com políticas “abrangentes e integradas” como a dinamização da economia, o direito à cidade, a qualificação e empregabilidade dos jovens, a inclusão social e produtiva dirigida às famílias mais pobres e mulheres e melhoria dos serviços de saúde, dentre outros.
“Faz parte da nossa política de desenvolvimento do mundo rural, o forte investimento que tem sido realizado na requalificação urbana e ambiental, no desencravamento de localidades agrícolas, na reabilitação e restauro de patrimónios, na reabilitação de casas, com impacto no bem-estar das pessoas, na economia dos concelhos e no emprego”, contou.
Correia e Silva afirmou ainda que, com o término do estado de emergência, obras publicas têm sido retomadas em “todos os municípios” no quadro dos investimentos ao nível do PRRA, do Fundo do Turismo, do Fundo do Ambiente e do Programa de Mitigação da Seca, com impacto na atividade da construção civil e do emprego.
“No próximo mês de Junho, o Governo irá apresentar ao Parlamento o Orçamento Rectificativo e medidas de estabilização, reforço e de relançamento da economia”, finalizou.