Luís Carlos Silva, que falava hoje em conferência de imprensa, referiu que perante a nova realidade imposta pela pandemia de COVID-19, o governo encetou negociações com a Loftleidir em busca de uma nova solução que permitisse, por um lado, a manutenção dos postos de trabalho de aproximadamente 300 colaboradores e, por outro lado, que viabilizasse o reinício das operações.
Após um longo período negocial, prosseguiu, pôde-se assinar um acordo entre o Estado de Cabo Verde e a Loftleidir, em Março de 2021, para a viabilização da empresa mesmo que temporariamente, num quadro de difícil previsão devido às incertezas que derivam da pandemia do COVID-19.
Conforme apontou, o acordo previa a cedência de ambas as partes em diferentes matérias e, igualmente, compromissos e responsabilidades das partes para permitir o objectivo do reinício das operações de forma organizada e sem sobressaltos.
“Todavia, decorridos sensivelmente 70 dias após a assinatura do referido acordo e estando prestes a iniciar as operações, o governo tendo feito uma análise sobre o cumprimento do Acordo concluiu que, infelizmente, a outra parte não tem demonstrado níveis de engajamento e determinação necessários para manter a confiança na empresa e garantir a continuidade futura da empresa, bem como do ativo estratégico para a implementação do Hub”, afirmou.
“Assim, não vislumbrando outra solução que possa sustentar um futuro sem sobressaltos para a empresa, o MpD suporta integralmente a decisão do governo de assumir o controlo da empresa”, sublinhou.
É nesse quadro que o governo está disponível para resumir determinados níveis de responsabilidade, assumir o controle da empresa e andar sozinho, tendo em conta que o parceiro “não tem” os mesmos níveis de engajamento, segundo o porta-voz.
O processo de reversão da privatização da companhia aérea tem de ser negociado.
“Para continuar a parceria tinha que ter outros níveis de engajamento que estão lavrados no acordo assinado e o parceiro não tendo a disponibilidade para cumprir com esse nível de engajamento que também é financeiro, deve ceder a sua participação na empresa”, declarou.