O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, na abertura do Fórum Nacional do Turismo, a decorrer na cidade da Praia, no quadro da I Semana Turismo de Cabo Verde, promovida pela InfoPlus, proprietária das revistas Turimagazine e Master Menu.
O chefe do executivo lembrou que de 2016 a esta data foram feitos “fortes investimentos” na requalificação urbana e ambiental, na valorização das orlas marítimas, no desencravamento de localidades e no restauro e reabilitação de património histórico, cultural e religioso, precisamente para dotar as localidades de qualidade de vida para as pessoas e de atractividade para a actividade turística.
“Nos próximos cinco anos, o Governo vai investir cerca de 50 milhões de euros [5,5 milhões de contos] no Programa Operacional do Turismo. Um bom enquadramento turístico, valorização e promoção dos patrimónios imateriais da humanidade – a Cidade Velha e a Morna”, apontou.
A candidatura do ex-campo de concentração do Tarrafal a património da humanidade, a transformação de Ribeira Brava numa cidade museu, a valorização das especificidades de Chã das Caldeiras e de Nova Sintra, são, segundo Ulisses Correia e Silva, exemplos de potencial cultural, ambiental e patrimonial a serem transformados em produtos turísticos que acrescentam valor para as economias locais e nacional.
O primeiro-ministro lembrou que Cabo Verde vive momentos difíceis, marcado pela crise económica e social derivado da pandemia que se associou à crise energética mundial que aumentou os preços dos combustíveis e da eletricidade no país, e elevada dívida pública que afecta a capacidade de financiamento do Estado.
Do lado positivo, indicou que há sinais de retoma no sector do turismo, enquanto motor da economia cabo-verdiana.
“Atingimos 79,6% da população adulta vacinada com pelo menos uma dose e 50,9% com vacinação completa. A boa gestão da vacinação e da protecção sanitária tem permitido a reabertura de hotéis e o regresso ao emprego”, realçou, apontando também a saída de Cabo Verde da “lista vermelha” do Reino Unido.
No contexto mundial actual, frisou, a segurança sanitária é chave para que os países possam manter o seu nível de confiança perante o mercado e os investidores.
“O Governo de Cabo Verde, desde primeira hora, tomou as medidas mais adequadas e assertivas nesse sentido”, indicou, adiantando que o objectivo do executivo é de transformar o país, devido à sua localização estratégica, estabilidade e segurança, numa economia circular no Atlântico Médio, uma plataforma para o turismo, a economia digital, a economia azul e a indústria das energias renováveis.
A meta, sustentou Ulisses Correia e Silva, é de alcançar um turismo sustentável, diversificado, resiliente com um impacto líquido cada vez mais transversal a todos os municípios e comunidades locais do país.
“Em resumo, que o turismo seja um catalisador no cumprimento dos ODS [Objectivos de Desenvolvimento Sustentável] e da Agenda 2030, com impacto no combate às assimetrias regionais, na igualdade de género, na redução da pobreza absoluta e eliminação da pobreza extrema”, disse.
A Semana do Turismo de Cabo Verde arrancou com o lançamento do Anuário do Turismo de Cabo Verde 2022.
Durante uma semana serão apresentadas e discutidas diversas temáticas relacionadas ao sector do turismo e que deverão culminar na formulação de propostas e projectos que visam trazer novas soluções e acompanhar as tendências internacionais que melhor se adequem ao destino turístico Cabo Verde.