“Haverá um novo conceito estratégico da NATO em Junho do próximo ano e um dos elementos fundamentais desse novo conceito estratégico é uma reflexão sobre parcerias. Do lado de Portugal, vamos chamar à atenção para as parcerias com África, as parcerias no Atlântico”, afirmou o ministro português, aos jornalistas, à margem das comemorações do dia da Defesa Nacional, em que João Gomes Cravinho participou, esta manhã, na cidade da Praia.
O governante luso recordou que a NATO, organização de defesa militar entre a Europa e os Estados Unidos da América e de que Portugal é um país fundador, desde 1949, “está neste momento a passar por uma fase muito importante, que é de repensar o seu conceito estratégico”.
“E obviamente Cabo Verde, para nós, é um parceiro absolutamente privilegiado, um parceiro da maior da importância, e é também um foco muito importante de estabilidade numa região em que essa realidade não se verifica em todo o lado”, apontou.
“São boas razões para uma aproximação entre Cabo verde e a NATO. E Portugal está sempre disponível, como aliado que é da NATO, para promover essa aproximação”, sublinhou Cravinho.
A NATO tem atualmente 30 Estados-membros, sendo o mais recente o Montenegro, enquanto a Ucrânia é um dos países considerados aspirantes a integrar a organização.
Esta manhã, já depois de ter assinado na sexta-feira, com a ministra da Defesa, Janine Lélis, o novo Programa-Quadro de Cooperação no Domínio da Defesa entre os dois países, para o período 2021/2026, João Gomes Cravinho reuniu-se com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, em que o tema da aproximação à NATO – já anteriormente admitido pelo governo - foi colocado.
“Temos um quadro de cooperação estratégico no setor da Defesa e da Segurança em que Portugal desempenha um papel importante nas nossas relações com a União Europeia e também na triangulação que fazemos com os Estados Unidos da América e na nossa intenção de aproximação à NATO”, afirmou, no final, Ulisses Correia e Silva, aos jornalistas.
“Porque as questões de segurança são importantíssimas. Não só porque nós temos uma zona marítima larguíssima, nós somos 99% mar, e precisámos de ter vigilância e monitoramento dos nossos mares. Precisamos de estar seguros na nossa localização geoestratégica e precisamos de bons aliados. É por isso que esta relação com Portugal vai nesse sentido”, explicou o Primeiro-Ministro.
O ministro da Defesa Nacional de Portugal transmitiu a disponibilidade portuguesa para o reforço da parceria com Cabo Verde no patrulhamento marítimo, face aos novos desafios que surgem no Atlântico.
“Estivemos a verificar quais são as formas que nós podemos utilizar para reforçar a nossa capacidade mútua de combate ao crime transnacional no mar e esse é um dos capítulos importantes do novo Programa-Quadro de Cooperação no Domínio da Defesa”, acrescentou João Gomes Cravinho.
O governante português regressa ainda hoje a Lisboa, mas assistiu esta manhã, no centro da Praia, ao desfile militar no âmbito do dia Defesa Nacional.