A informação foi prestada por Ulisses Correia e Silva durante o debate mensal no parlamento, subordinado ao tema “O papel dos transportes na economia e na integração regional”, depois das críticas dos deputados do PAICV às opções do Governo sobre a companhia aérea.
“A taxa de ocupação da TACV, agora com a retoma, em Dezembro foi de 39% e em Janeiro de 45%. E estamos a falar do início das operações, não tem taxa de 20%, como disse [deputado do PAICV]. Estes são dados da companhia, não são dados políticos”, afirmou.
A TACV foi privatizada pelo Governo em 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, e renacionalizada em 2021 por decisão do Governo, na sequência da pandemia de covid-19.
Durante o debate, os deputados do PAICV desafiaram o Governo a fazer a companhia, que desde 2019 apenas se dedica aos voos internacionais, voltar aos voos domésticos, entre ilhas, que deixou de realizar em 2017, transporte garantido desde então por uma única companhia.
A Cabo Verde Airlines (CVA), nome comercial da TACV, anunciou em 17 de Janeiro que vai reiniciar as ligações internacionais da ilha do Sal a partir de 11 de Fevereiro, com voos para Lisboa, a terceira ilha cabo-verdiana a retomar a ligação aérea a Portugal.
Os voos semanais envolvendo o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, naquela ilha cabo-verdiana, arrancam em 11 de Fevereiro, com a ligação entre Lisboa e o Sal, às sextas-feiras, e do Sal para Lisboa, aos sábados.
“Conforme plano de retoma, a companhia está a introduzir, de forma gradual, mais voos com base na evolução da pandemia da covid-19 e a recuperação dos mercados emissores”, recorda o comunicado.
A TACV retomou as operações na rota Lisboa - Praia em 27 de Dezembro, coincidindo com o 63.º aniversário da companhia aérea cabo-verdiana, depois de um interregno iniciado em março de 2020, na sequência das limitações internacionais impostas para conter a pandemia.
Entretanto, a companhia anunciou que vai reiniciar as operações semanais na rota Lisboa – Mindelo, ilha de São Vicente, em 03 de Fevereiro.
No final de Dezembro, após assembleia-geral extraordinária, a presidente da companhia, Sara Pires, previu também o regresso dos voos entre Praia e Boston (Estados Unidos da América), no segundo trimestre.
Ainda durante este ano, Sara Pires avançou que a transportadora de bandeira cabo-verdiana pretende retomar ligações a Paris e ao mercado brasileiro.
A companhia retomou as operações com um avião, com duas ligações semanais Praia–Lisboa, mas segundo a presidente deverá introduzir um novo aparelho no segundo trimestre deste ano e até final de 2023 ter três aviões a voar com as suas cores.
Todo este plano de retoma, alertou, está condicionado pela situação da pandemia de covid-19 neste momento, com o recrudescer de casos novos não só em Cabo Verde, com a circulação da variante Ómicron.