A acusação de Ana Paula Moeda foi feita hoje, durante uma conferência de imprensa, onde afirmou que há pouco mais de um ano, o PAICV encontrou uma Praia cheia de fragilidades e ausência de políticas municipais.
Conforme a secretária-geral da oposição, é preciso que o MpD perceba que democraticamente perdeu a Praia e deixar a cidade “respirar o novo ar, trabalhar e viver sem pressões”, sem bloqueios permanentes.
“É preciso respeitar a decisão dos munícipes e a decisão nas urnas. Com um governo que não ajuda, persegue e condiciona a actual edilidade e a sua equipa, um governo sem piedade que insiste em não ter rosto humano, que declara guerra à Praia num autêntico boicote através dos seus representantes partidários na Câmara enquanto oposição”, apontou.
O PAICV, segundo Ana Paula Moeda, não aceita a descriminação da parte do governo em relação à CMP que, “apesar dos constrangimentos por parte do MpD e do governo”, “tem estado a realizar e a fazer um bom trabalho”.
Como por exemplo, citou a redução das taxas para rabidantes, taxistas e hiaces; o perdão de juros de IUP; a implementação do Programa Praia Empreende; reabilitação e construção de casas, entre outros.
“O governo deveria estar empenhado em fazer aproximação e não permitir bloqueios à CMP. Nem participar do mesmo. Mas, parece que estão mais empenhados na tripla inspecção à CMP. É o Tribunal de Contas, Inspeção geral de Finanças, ARAP todos ao mesmo tempo, numa atitude altamente discriminatória”, delatou.
Como exemplo de descriminação, Ana Paula Moeda referiu que a Câmara Municipal de São Vicente, apesar de “problemas maiores e uma crise político-institucional instalada de domínio público, o governo apenas mandou uma equipa oficial fazer uma visita de auscultação”.
“Temos dois pesos e duas medidas inaceitáveis. Essa tripla inspeção cria um clima de suspeição, de sufoco e perturbação ao normal funcionamento dos serviços. Curioso que em três mandatos do MpD na CMP não se fizeram inspeções apesar de tanta tinta ter corrido ao longo desses mandatos cheio de denúncias e alertas da comunicação social”, comparou.
A porta voz do PAICV pediu ao governo que deixe a cidade da Praia fluir e realizar os seus compromissos, que cumpra o seu papel enquanto governo central, de colaboração e solidariedade que se espera nesses tempos e deixe a Câmara e a sua equipa governar localmente o município.
Moeda disse ainda que gostaria de ouvir, por parte do governo, a justificativa para a tripla inspeção.