O chefe do Governo fez estas afirmações quando intervinha no evento de alto nível alusivo ao 15º Aniversário da Parceria Especial Cabo Verde – União Europeia: Balanço e Perspectivas, ao referir às crises por que passa Cabo Verde e o mundo provocadas pelas mudanças climáticas, pandemia da covid-19 e agora a invasão da Rússia na Ucrânia, pela qual Cabo Verde mantém a “sua condenação”.
“As crises reforçaram o sentido de urgência das nossas prioridades para o desenvolvimento sustentável que já antes eram prioridades, o primeiro PEDS elaborado em 2016, hoje manifestam-se como urgências a aceleração da transição energética e de eficiência energética para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a acção climática para reduzir as emissões e atingir a neutralidade carbónica a nossa meta 2050”, indicou Ulisses Correia e Silva.
Apontou ainda nesta linha, a necessidade de reforçar a urgência da estratégia de água com as soluções tecnológicas energéticas eficientes para fazer face à redução de recursos hídricos subterrâneos, bem como da saúde e segurança sanitária que ganham cada vez mais prevalência e predominância a nível das escolhas das políticas públicas para qualidade de vida dos cabo-verdianos e a confiança na economia.
“A coesão social e inclusão social e inclusão produtiva para a eliminação da pobreza e redução da pobreza absoluta, a transformação digital e economia digital para aumentarmos a eficiência e a produtividade da economia, desenvolver competências e criar oportunidades de empreendedorismo de investimento e disputação de serviços”, assinalou o chefe do Governo.
Ulisses Correia e Silva mencionou ainda a urgência para o desenvolvimento da economia azul, através de exploração sustentável de recursos e criação de riqueza e de empregos e a integração regional na CEDEAO para comércio e investimento e diplomacia para paz, tolerância e boa governança.
De entre outros, precisou que estas são prioridades e desafios que Cabo Verde almeja realizar e ganhar com reforço da parceria especial com a União Europeia para um País “mais resiliente e com uma economia mais diversificada”.
Ulisses Correia e Silva reiterou uma vez mais a importância desta cooperação que é de facto “privilegiada”, tendo salientado que a UE é o espaço económico tecnológico e científico desenvolvido “mais próximo” de Cabo Verde em termos de localização e de intensidade de relações económicas.
“A parceria estratégica assinada em 2007 é de facto um ponto alto, uma vontade comum que tem contribuído muito para o processo de desenvolvimento de Cabo verde a nível da boa governação, da segurança e estabilidade do reforço do capital insular da sociedade de conhecimento, da inclusão e coesão social e da economia”, concretizou o governante.
Por outro lado, o primeiro-ministro destacou os “marcos importantes” desta parceria mormente o reforço da mobilidade com o acordo para certificação das regras relativas aos vistos, e o sistema de preferências generalizadas para facilitação de entrada de produtos de Cabo Verde na UE.
“Melhoramos o acordo de pescas em 2019 e temos margem e vontade de melhorar o próximo acordo”, frisou.
Por seu lado, a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, destacou também os ganhos desta parceria com Cabo Verde, sublinhando que a UE ganha também com esta cooperação, sendo que é importante para UE contar com parceiros que partilham os mesmos valores, Estado de Direito democrático, respeito pelos seres humanos, transparência e boa governação.
“Tudo isso são características que permitem que a nossa relação seja de facto de parceiros especiais. Há muita coisa ainda por fazer, temos um compromisso comum que também partilhamos no cumprimento da agenda 2030 e a UE está fortemente empenhada em apoiar Cabo Verde no cumprimento das suas metas nacionais para 2030 e isso no fundo também nos ajudará a cumprir as nossas próprias metas”, referiu Carla Grijó.
Para a diplomata, a pandemia foi um dos maiores desafios, mas foi também um exemplo de como esta parceria “especial” pode servir particularmente Cabo Verde, apontando o nível do programa de vacinação, que, a seu ver, é um dos “mais elevados do mundo”.