Para o chefe do Governo, a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), que passa a partir de hoje a ser presidida por Cabo Verde, deve ter presente questões fundamentais para o desenvolvimento económico, paz social e estabilidade dos países.
“Devemos debruçarmos sobre os desafios da segurança num conceito abrangente e interativo: segurança de pessoas e bens, segurança alimentar, segurança sanitária, segurança ambiental e climática, segurança face ao crime organizado e à corrupção. Na vasta zona marítima que vem da América Latina ao golfo da Guiné e que integra vários países da ZOPACAS, devemos reforçar os compromissos com o combate à criminalidade organizada transnacional - tráfico de droga, tráfico de pessoas, pirataria – à pesca ilegal, ao terrorismo e ao cibercrime”, aponta.
Ulisses Correia e Silva recorda que questões como a reforma do Conselho de Segurança, a paz, a segurança marítima cooperativa e a defesa, as mudanças climáticas e a protecção dos oceanos e da biodiversidade estão sobre a mesa a nível mundial e a nível da Região comum.
A ZOPACAS foi criada em 1986 por resolução das Nações Unidas, envolvendo 24 países africanos e sul-americanos. O Primeiro-ministro refere que o contexto em que o mundo vive reforça a pertinência da organização, uma Zona de Paz e de Cooperação, com o propósito de reforçar a paz e a segurança internacionais, em conformidade com a Carta das Nações Unidas.
“Desde a última reunião ministerial, em 2013, o mundo mudou muito e tem estado exposto a crises graves, sanitárias, climáticas, económicas e securitárias. Faz todo o sentido, hoje: reforçar os compromissos com a não transferência de armas nucleares e de destruição maciça para a Zona; reforçar os compromissos com o respeito pela integridade territorial, a soberania, a unidade nacional e a independência política dos Estados; encorajar a paz; combater a transferência de lixos perigosos, tóxicos e nucleares; dinamizar a cooperação económica no Atlântico Sul para o desenvolvimento sustentável”, realça.
Uruguai confiante no fortalecimento da ZOPACAS
A VII reunião ministerial (Negócios Estrangeiros ou Relações Exteriores) dos Estados-membros desta organização realizou-se em Montevidéu (Uruguai) de 14 a 16 de janeiro de 2013, há mais de uma década.
O vice-ministro das relações internacionais do Uruguai espera bons resultados da reunião, tendo em conta a conjuntura política que o mundo atravessa.
“Chegamos a Cabo Verde para encarar de maneira construtiva os principais desafios globais que têm repercussão nos nossos países e animados pelo espírito de solidariedade e cooperação, formular soluções que beneficiam uns aos outros. É oportuno destacar que a conjuntura política que atravessamos é particularmente propícia para conseguir entendimentos no quadro da ZOPACAS, já que os nossos governos são resultado de eleições democráticas”, refere.
A declaração de Mindelo e o Plano de Acção de Mindelo são dois documentos a serem aprovados durante a reunião que decorre durante todo o dia de hoje no Centro Oceanográfico do Mindelo.
Com sede em Brasília (Brasil), a Zopacas foi criada por resolução das Nações Unidas em 1986, com o objetivo de evitar a introdução de armamentos nucleares e outros de destruição em massa na região, bem como, por meio do multilateralismo, aproveitar todo o potencial socioeconómico do corredor atlântico.
São signatários da Zopacas, além de Brasil e Cabo Verde, também Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial. Integram igualmente a organização a África do Sul, Benin, Camarões, Costa do Marfim, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Libéria, Namíbia, Nigéria, República do Congo, República Democrática do Congo, Senegal, Serra Leoa e Togo (África), bem como a Argentina e o Uruguai (América do Sul).