Durante a sua intervenção, Rui Figueiredo Soares disse tratar-se de embaixadores que, graças ao longo percurso profissional, tanto nos serviços centrais como no exterior, possuem as necessárias qualificações e o perfil ajustado para os postos que irão chefiar a partir de agora.
Relativamente ao primeiro embaixador residente em Marrocos, Elias Andrade, o ministro caracterizou-o como sendo um profundo conhecedor do funcionamento do Ministério, tendo desempenhado as funções de Assessor Jurídico e Inspetor Diplomático e Consular, e servidor no exterior, nomeadamente no Senegal e em Portugal.
Conforme o governante o diplomata cabo-verdiano assume funções numa altura muito particular marcada pelo reforço, alargamento e aprofundamento das relações entre Cabo Verde e o Reino de Marrocos, o que vai propiciar-lhe condições e meios adequados para o cumprimento de tão importante quanto desafiante missão de ajudar Cabo Verde a desenvolver uma relação sólida e duradoura com este importante parceiro.
“As relações entre os dois países contam com um claro quadro de diálogo político-diplomático ao mais alto nível, como bem atestam a recente e profícua visita do senhor primeiro-Ministro ao Reino de Marrocos e a realização da segunda grande Comissão Mista de Cooperação Bilateral Cabo Verde-Marrocos, bem como da Comissão Mista Setorial das Pescas, em Maio passado”, frisou.
Economia azul, inovação, transição digital, transição energética, turismo e transportes, bem como o desenvolvimento do capital humano, são as áreas que deverão merecer “especial cuidado” por parte do embaixador.
O ministro alertou que a participação do sector privado de ambas as partes no estabelecimento e desenvolvimento de laços sólidos no domínio empresarial assume um papel fundamental, pelo que a dinamização dessa participação deverá ocupar lugar central no plano de acção da Embaixada em Rabat, bem como do Consulado em Dakhla.
“Estou seguro de que procurará efectividade em tudo e resultados em todas as ações a desenvolver no cumprimento da sua carta de missão. Gostaria de vincar que nós também contamos consigo para o aproveitamento da posição privilegiada de Marrocos no Médio Oriente para dinamizar a aproximação de Cabo Verde com outros países da região”, disse
Em relação ao novo embaixador de Angola, Júlio Morais, o ministro indicou que o mesmo possui uma experiência que faz jus às funções que exerceu, designadamente as de chefia da Cooperação Internacional e da Política Externa nos serviços centrais, assim como as de Embaixador na China e de Representante Permanente nas Nações Unidas em Nova Iorque.
Júlio Morais levará como missão prioritária a criação da equipa técnica para a identificação de medidas e instrumentos adequados à promoção de negócios entre Cabo Verde e Angola como acordado aquando da última sessão da Comissão Mista.
“E aqui o papel impulsor da Embaixada é insubstituível”, realçou o ministro, recomendando também uma atenção especial à comunidade cabo-verdiana residente em Angola, integrada por mais de 16 mil cabo-verdianos.
“Temos na comunidade em Angola cidadãos que, em virtude das adversidades da vida, são mais vulneráveis e por isso vêm merecendo apoio do Estado de Cabo Verde, e deverão continuar a merecer toda a atenção da Embaixada”, realçou o governante.
Já Tânia Romualdo, que assumirá as funções de Representante Permanente na Missão Permanente de Cabo Verde junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, terá o desafio de defender os interesses de Cabo Verde sobre as questões essenciais debatidas, tratadas e votadas a nível das Nações Unidas como as questões geopolíticas de paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento sustentável, incluindo o clima, os oceanos, os SIDS.
Segundo o ministro, a diplomata terá ainda a responsabilidade de promover a candidatura de Cabo Verde a membro do Conselho de Direitos Humanos para o período 2025–2027, como a actual condição de Cabo Verde como membro Conselho Económico e Social do (ECOSOC) para o triénio 2023-2025, e ainda para aumentar o protagonismo que Cabo Verde deve ter e continuará a ter como Membro do Bureau da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS).
A nova embaixadora de Cabo Verde junto das Nações Unidas beneficia de uma vasta experiência, em virtude das funções que exerceu na chefia da Política Externa nos serviços centrais, assim como de diplomata nas missões de Cabo Verde na Bélgica, em Portugal e na CPLP, para além de ter sido Embaixadora na China.
Em nome dos empossados, o embaixador Júlio Morais agradeceu a confiança e prometeu trabalho com zelo e eficácia na utilização dos recursos colocados à disposição, para elevar “bem alto” o bom nome de Cabo Verde juntos dos parceiros e na arena global como um país credível, útil e de confiança.