PR condena ruptura constitucional no Níger e defende solução política e diplomática para crise

PorSheilla Ribeiro,2 ago 2023 16:19

O Presidente da República, José Maria Neves, manifestou-se hoje sobre a crise no Níger, condenando veementemente a ruptura constitucional no país e enfatizou a necessidade de criar as condições político-institucionais para garantir a integridade física do Presidente, sua família e os membros do Governo nigerino, bem como a reposição da normalidade institucional.

Através de um comunicado publicado no Facebook, o Chefe do Estado ressaltou que a situação é complexa, com a precarização da segurança, pobreza extrema e influências de actores e interesses geopolíticos externos na região, tornando a situação ainda mais complicada.

José Maria Neves rejeitou a opção militar como solução e enfatizou sua oposição à guerra, defendendo o direito internacional e a solução negociada dos conflitos.

“A solução não pode ser técnico-militar. Somos contra a guerra, defendemos o direito internacional e a solução negociada dos conflitos. Temos de ser sobretudo prudentes, realistas e inteligentes. Qualquer intervenção militar é, pois, neste momento, contraproducente”, escreveu.

Para enfrentar a crise no Níger e em outros países da região da África Ocidental, o Presidente defendeu uma solução política e diplomática e ressaltou a necessidade de mobilizar todos os recursos diplomáticos, além de buscar intensas negociações para resolver a complexidade contextual e as múltiplas crises enfrentadas na região.

Neves também propôs uma agenda global que envolva a cooperação de outras instituições, como as Nações Unidas e a União Africana, dada a magnitude dos desafios enfrentados na África Ocidental. A busca por uma solução pacífica e diplomática é vista como essencial para a estabilização e a restauração da ordem institucional na região.

Governo apoia sanções da CEDEAO

Em declarações à RCV, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo, reconheceu que a Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) foi mais longe ao afirmar que “poderá usar de meios militares”, caso os golpistas não reponham a ordem constitucional no Níger e reiterou que Cabo Verde está ao lado da organização na aplicação de “todas as medidas que se mostrarem necessárias”.

Conforme explicou a crise no Níger cria dificuldades a toda a região, por estar relacionada à insegurança e o terrorismo que se vive também nalguns países da CEDEAO.

Rui Figueiredo lembrou que “Cabo Verde é um país de paz”, sublinhando que esta é a única posição que o país podia ter.

“Cabo Verde é um país de paz, de democracia, boa governação. É a única posição que podíamos defender, sendo coerentes com o nosso percurso e com a necessidade de paz, segurança e estabilidade na nossa região”, acrescentou.

Em 26 de Julho, um grupo de militares derrubaram o Presidente democraticamente eleito, Mohamed Bazoum.

O golpe foi condenado pela comunidade internacional e pela CEDEAO, que enviou uma delegação para negociar com os golpistas.

A organização tem enfatizado a busca por uma solução política e diplomática para a crise e afirmou que uma intervenção militar será "a última opção", mas que é necessário "preparar essa eventualidade".

Além disso, a CEDEAO tem pressionado por sanções internacionais contra o Níger em resposta ao golpe, como o corte do fornecimento de electricidade pela Nigéria, principal fonte de energia do país. 

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Autoria:Sheilla Ribeiro,2 ago 2023 16:19

Editado porSara Almeida  em  23 abr 2024 23:28

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