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Ulisses Correia e Silva discursava hoje durante a abertura oficial do Fórum de Energia Sustentável da CEDEAO e Feira Internacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética. "Esta iniciativa reflecte o compromisso da região da CEDEAO e dos seus Estados-membros no desenvolvimento sustentável," declarou.
Segundo o governante, o Fórum, realizado pela primeira vez em Cabo Verde, é uma plataforma privilegiada para representantes governamentais, do sector privado, de organizações internacionais, de universidades e da sociedade civil, permitindo debates partilhas de conhecimentos sobre os desafios energéticos na África Ocidental.
Correia e Silva frisou a importância do evento como uma demonstração de como a região pode acelerar a promoção de energias limpas, seguras e acessíveis. Também ressaltou que a sede da CEREEC em Cabo Verde coloca o país numa posição privilegiada para impulsionar a transição energética na região. Ainda no seu discurso, o Primeiro-Ministro reforçou a necessidade de um compromisso global para enfrentar as mudanças climáticas, enfatizando que " este compromisso não é uma questão de comportamentar a África, a Europa, as Américas, a Ásia ou a Oceânia, mas sim de todos” . O Primeiro-ministro admitiu a vulnerabilidade de Cabo Verde a choques climáticos, ambientais e económicos devido à sua condição de pequeno Estado insular em desenvolvimento (SIDS ).
No entanto, ressaltou que o país está comprometido em reduzir a dependência de combustíveis fósseis, aumentar a eficiência energética e acelerar a transição para fontes de energia renovável, com metas ambiciosas, incluindo a produção de mais de 50% da eletricidade a partir de fontes renováveis até 2030.
“Cabo Verde está entre os países com o melhor desempenho no índice de crescimento verde no continente africano. Mas, estamos conscientes que a nossa exposição aos choques externos é ainda muito elevada. Para nós, esta evolução e apresentação positiva no índice de crescimento verde é um incentivo para acelerarmos a transição energética, pois, como pequeno Estado insular em desenvolvimento SIDS , estamos muito expostos a choques climáticos, ambientais e económicos. Choques extremos com forte impacto na economia e nas populações”, disse.
Nesse sentido, Correia e Silva ressalvou a necessidade de promover a resiliência, o desenvolvimento sustentável e a redução dos riscos catastróficos e a importância de instrumentos e mecanismos de financiamento para enfrentar desafios climáticos e ambientais, além de políticas e reformas que incentivem o investimento privado no sector de energia renovável.
“A acção climática no seu todo, e de uma forma particular, as energias renováveis são uma grande oportunidade de criação de mercado para a produção, distribuição, manutenção, especializações em tecnologias mais avançadas, isto deve ser um dos produtos finais. Porque precisamos de emprego, precisamos de qualificações e precisamos reduzir a dependência de transferências de tecnologias para nos apropriarmos dessa própria tecnologia e isto faz-se com ecossistemas que sejam favoráveis para os jovens investirem também neste sector”, pontuou.
