"Essa é uma questão com que Cabo Verde está confrontado e desde que assumi a Presidência da República tenho insistido na necessidade” de regularização, referiu José Maria Neves à margem de uma conferência de imprensa.
“Os cabo-verdianos já pagam essa taxa e trata-se de uma receita consignada, que não pode ser desviada, não pode ter outra aplicação: aqui é uma irregularidade grave", disse.
Ao Estado de Cabo Verde cabe “o esforço de fazer essa transferência e de sanar essa irregularidade grave que ainda existe”, acrescentou Neves, ao ser questionado a propósito de mais um aniversário da criação da CEDEAO, em 1975.
A discussão já dura há vários anos.
Em Janeiro de 2021, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, justificou a perda da corrida à presidência da CEDEAO, em 2017, com um “calote” à instituição que disse ter sido herdado do Governo anterior, que era liderado precisamente por José Maria Neves.
Em Outubro último, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, disse que o Governo estava à procura de parcerias para deixar de acumular dívidas à CEDEAO, que já ultrapassavam os 28 milhões de euros.
Há dois meses, referiu no parlamento que, entre 2021 e 2023, o país pagou 400 milhões de escudos de contribuições estatutárias que tem junto de organizações internacionais de que faz parte.
Para este ano, avançou que há uma verba que ronda os 420 milhões de escudos para continuar a saldar essas dívidas, cujo valor total não revelou.