De acordo com o ministro do Turismo, Carlos Santos, que discursava no encerramento do evento, o desafio da infraestruturação deve ser contínuo.
“Para construirmos aqui um turismo de natureza como um dos aceleradores da diversificação da economia, temos que infraestruturar as ilhas e esse desafio de infraestruturação, que vem sendo desenvolvido desde 2016 e que ganhou uma aceleração em 2021, com a implementação do POT [Programa Operacional do Turismo], vai ter de continuar, tendo em conta que para acolhermos bem os turistas, temos que preparar o país para isso”, afirmou.
Para Carlos Santos, Cabo Verde reúne as condições para acolher diferentes nichos de mercado.
“O turismo de natureza não vai substituir o turismo de sol e praia, assim como o turismo de circuito não vai substituir o turismo de natureza. Temos de compatibilizar todos esses tipos de nicho. É nossa estratégia compatibilizá-los, porque desta forma estaremos a menos vulneráveis aos choques externos e mais resilientes para conseguir desenvolver a nossa economia”, referiu.
Noutra frente, Carlos Santos apontou a necessidade da actualização da conta satélite do turismo.
“Precisamos actualizar a conta satélite do turismo. Um gestor sem dados não consegue gerir, da mesma forma que nós não tendo estatísticas bem definidas e precisas sobre a verdadeira contribuição do turismo, do perfil do turista, sobre os gastos que o turista tem no país, não conseguiremos tomar boas decisões. É quase uma emergência ter a conta satélite do turismo no próximo ano”, disse.
De acordo com o ministro do Turismo, fez todo o sentido Santo Antão receber a primeira Conferência Internacional sobre o Turismo de Natureza, defendendo que o modelo desenvolvido na ilha das Montanhas pode ser “replicado” nas outras ilhas com características similares.
Políticas públicas no sector do turismo como instrumento de sustentabilidade, sustentabilidade do turismo nos espaços naturais, a contribuição do cooperação internacional para a sustentabilidade do turismo em Cabo Verde foram alguns dos temas em análise.
Além dos parceiros de desenvolvimento do arquipélago, o evento reuniu na comunidade de Lagoa, em Santo Antão, académicos, ONG, especialistas e operadores do sector turístico.