Ao ser questionado sobre o montante financeiro destinado à implementação das políticas e reformas planeadas, o Primeiro-ministro enfatizou que, neste momento, não há definição de valores específicos.
No entanto, ressaltou que o compromisso inicial é fortalecer as políticas relacionadas ao trabalho digno, emprego e protecção social, factores que levaram à selecção de Cabo Verde para o programa.
"Não há definição de valores. Nós primeiro reforçamos o compromisso através desse acelerador para fazer com que as políticas sejam eficazes relativamente à questão do trabalho digno, do emprego e da protecção social, e é por causa disso que Cabo Verde foi selecionada", afirmou.
Correia e Silva destacou que, como resultado desse compromisso, haverá financiamento para fortalecer programas existentes, além do reforço da capacitação institucional e a realização de reformas necessárias para atingir os objectivos propostos. O emprego, trabalho digno e a redução da pobreza extrema são prioridades fundamentais na agenda do país.
"A escolha de Cabo Verde para este acelerador global é uma distinção, porque são poucos países escolhidos e são poucos países eleitos. Isso coloca foco internacional sobre nós, e abre oportunidades para reforçar a acção conjunta de financiamento e assistência, visando alcançar os nossos grandes objectivos prioritários", precisou.
O programa global, coordenada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), prevê a criação de 400 milhões de empregos dignos até 2030, e está alinhado com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conforme referiu o governante.
No que tange às migrações, o Chefe do Governo reforçou a necessidade de uma abordagem global para encontrar soluções e ressaltou a importância de organizar e estruturar as migrações, garantindo protecção aos direitos laborais, saúde e segurança social para aqueles que procuram trabalho em outros países.
A mobilidade laboral foi destacada como uma prioridade, com o Primeiro-ministro referindo-se ao acordo de mobilidade laboral com Portugal como um exemplo de garantia de direitos para os trabalhadores cabo-verdianos no exterior.
Na sua intervenção, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de Portugal, Ana Mendes Godinho, enfatizou a importância da candidatura conjunta de Cabo Verde e Portugal, centrada na valorização das pessoas como a determinante chave na cooperação entre as duas nações.
A aceitação dessa candidatura conjunta é um passo crucial em direção à Cimeira Social das Nações Unidas, programada para 2025, conforme apontou.
"Esta verdadeira cooperação pode fazer a diferença nas relações Norte-Sul, construindo um mundo onde os ODS são apenas uma ferramenta para alcançar a coesão, a paz social e, acima de tudo, o reconhecimento de que o mundo é feito de vidas reais de indivíduos", declarou.
De referir que o Acelerador Global das Nações Unidas está orçado em quatro milhões de euros, no período de dois anos, e prevê alcançar duas mil pessoas.