Posição expressa em conferência de imprensa pela deputada Dora Pires, esta terça-feira, numa antevisão do debate mensal no parlamento com o primeiro-primeiro sobre “Boa governança”.
“Falar de boa governança é falar de resultados que levam ao desenvolvimento do país em várias vertentes. Como é evidente, a boa governança de um país não pode ser apenas baseado em elogios internacionais e nem nos números de ocasião devidamente produzidos ou produzidos à medida. Numa boa governança, o sector da educação terá de ser obrigatoriamente o maior trunfo do desenvolvimento socioeconómico e, simultaneamente, motor de todos os outros setores de atividades. Uma boa governança significa dizer que o setor da saúde deve estar bem estruturado”, sublinha.
A UCID considera que a boa governação deve ter efeitos práticos na melhoria de vida da população e requer uma “boa estruturação” dos sectores económico e social.
“Uma boa governação implica que o sector económico e social esteja melhor estruturado do que o existente. A constatação dos caboverdianos é que sector não está estruturado a ponto de resolver os problemas das populações faltando investimentos estruturantes na pesca na agricultura na transformação e, inevitavelmente, há procura de melhor qualidade no sector terciário onde inclui o turismo. Como é evidente, o sector social, principalmente as camadas mais vulneráveis da sociedade, vem sofrendo com as políticas inadequadas em vigor”, alerta.
A interpelação ao governo sobre a conectividade interilhas e de Cabo Verde para o mundo é outro tema na agenda dos trabalhos da segunda sessão plenária de fevereiro, que começa esta quarta-feira.
A parlamentar afirma que a UCID quer soluções concretas para a questão dos transportes no país.
“O importante não é a companhia em si, mas é a gestão dos transportes aéreos e marítimos para dar vazão. Porque não é, veja, estamos novamente com bruma seca e quando temos esse tempo, temos problemas do voo. Isso quer dizer que faltam aparelhos adequados para permitir o voo entre as ilhas quando temos problemas atmosféricos. Mas também ter aviões adequados aos aeroportos e ter uma conectividade permanente e a um melhor preço, isso facilitará a deslocação. Se não há barco, há avião. Mas quando não há barco e não há avião, nós temos as ilhas próximas, mas separadas ao mesmo tempo. É mais fácil ter uma ligação para o exterior do que ter uma ligação entre as ilhas”, afirma.
A UCID defende a necessidade de uma política de transportes sólida e de longo prazo que permita uma conectividade marítima e aérea regular e previsível entre as ilhas e com preços acessíveis.