O posicionamento dos democratas-cristãos, através do seu presidente João Santos Luís, surge na sequência dos dados divulgados quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para uma redução da pobreza global e extrema do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
“Ouvimos com algum espanto na semana passada a publicação dos dados referentes a pobreza global e pobreza extrema no país que dá conta da redução da pobreza no segundo trimestre de 2023, relativamente aos dados do primeiro trimestre”, diz.
“A UCID considera que a situação não é fácil e a eliminação da pobreza extrema e a redução da pobreza global deve ser um desígnio nacional, mas o partido chama atenção que não vale a pena estar a produzir números que satisfaçam as inquietações do governo”, nota.
De acordo com os números apresentados por Teresa Moniz, coordenadora técnica do 4º Inquérito às Despesas e Receitas Familiares, a nível global, a pobreza absoluta diminuiu de 22,2% no primeiro trimestre para 20,2% no segundo. Já a pobreza extrema passou de 11,8% no primeiro trimestre para 9,4% no segundo. Há mais pobres nas zonas rurais do que nas cidades.
João Santos Luís não vislumbra as medidas adoptadas pelo executivo que levaram à uma diminuição da pobreza global e da pobreza extrema.
“Consideramos que mesmo com os dados avançados pelo INE, tanto a Pobreza Global como a Extrema Pobreza estão ainda muito altos e com 5 ilhas com percentagens acima da média nacional, tanto num como noutro.Perguntamos que medidas estruturantes foram tomadas pelo governo para além das medidas de assistencialismo em curso, para que a pobreza global e a pobreza extrema se reduzissem de 1.o para o 2º trimestre de 2023?”, questiona.
O não ajustamento salarial que melhore o poder de compra dos trabalhadores e famílias, os pensionistas do regime não contributivo que não foram contemplados com um “aumento exponencial” das suas pensões de sobrevivência e o não ajustamento da pensão de reforma ao salário mínimo nacional são outros pontos que levam a UCID a questionar as razões para a redução da pobreza absoluta e da pobreza extrema.