Governo quer mais investimento da diáspora em áreas produtivas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,12 set 2024 13:54

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, sublinhou hoje o “peso elevado” da diáspora na economia do país, mas quer que os investimentos sejam direccionados mais para as áreas produtivas.

O peso da diáspora “expressa-se através de transferências e depósitos bancários e de remessas de emigrantes”, mas queremos que seja mais em áreas como o “turismo, economia azul, economia digital, energias renováveis”, disse o chefe do Governo.

“São áreas que temos que abrir para a nossa diáspora”, disse Correia e Silva ao intervir na conferência internacional em que se vai formalizar a criação da Aliança Política da Diáspora Global (GDPA, sigla inglesa), que decorre até sexta-feira no Sal.

De acordo com dados do Banco de Cabo Verde (BCV), publicados em Junho, em 2023 os investimentos dos emigrantes totalizaram 5,6 mil milhões de escudos, representando aproximadamente dois por cento do PIB.

Segundo o banco central, as remessas em divisas dos emigrantes totalizaram 28,6 mil milhões de escudos em 2023 e representaram cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB).

O primeiro-ministro reconheceu ainda que o país está “muito abaixo” do potencial de participação da diáspora na economia, na atracção de competências e nos mercados que o país quer aceder e manifestou a intenção de aumentar essa capacidade.

Na sua intervenção, abordou ainda várias medidas do Governo direccionadas à diáspora, entre elas a recente alteração da lei de nacionalidade, que alargou a possibilidade de aquisição desse título a netos, bisnetos ou trinetos de cabo-verdiano de origem nascidos no estrangeiro.

“O trineto de cabo-verdiano é cabo-verdiano, pela cultura, pela identidade, pelos laços que constituiu. É uma questão de justiça”, justificou.

A conferência vai partilhar lições e boas práticas de Cabo Verde e de outros intervenientes no envolvimento da diáspora, em diversos sectores, além de formalizar a criação da GDPA.

O evento apresenta-se como “uma oportunidade para facilitar a participação activa e a colaboração entre vários governos, organizações da diáspora, sector privado, universidades e jovens”.

A nova Aliança Política da Diáspora Global será “um mecanismo fundamental para a elaboração futuras iniciativas”, segundo o Governo.

O evento é organizado pelo Governo em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e com o Governo da Irlanda.

A conferência integra os apoiantes da Declaração de Dublin, adoptada em Abril de 2022, na Irlanda, e pretende recolher ideias e práticas inovadoras sobre o envolvimento da diáspora.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,12 set 2024 13:54

Editado porAndre Amaral  em  20 nov 2024 23:25

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