O vice-presidente da bancada parlamentar do MpD, Celso Ribeiro deverá ser o sucessor de Paulo Veiga na direcção do Grupo Parlamentar do MpD.
O anúncio foi feito por Paulo Veiga, em conferência de imprensa, que apontou que Celso Ribeiro "obteve o apoio dos colegas deputados presentes. Tivemos uma maioria de deputados presentes, se não me engano 31 de 38".
Não participaram da reunião "os deputados que estão em missão nos círculos eleitorais" e Austelino Correia que "por ser Presidente da Assembleia Nacional está a substituir o Presidente da República por este se encontrar fora do país".
Explicando as razões que levaram à sua demissão do cargo de líder parlamentar, Paulo Veiga esclareceu que houve ao longo do seu mandato "alguns problemas de articulação" de políticas entre a liderança do grupo parlamentar e o governo. O lançamento do selo comemorativo do centenário de Amílcar Cabral foi apenas mais um desses casos, assegurou Veiga que recusou, no entanto, especificar outros episódios idênticos.
"Eu tenho feito este trabalho com muita dificuldade, especialmente em relação aos membros do governo. Como sabem, chumbámos uma proposta de uma resolução para que o Estado comemorasse o centenário de Amílcar Cabral. Porquê? Porque de acordo com a nossa Constituição, e de acordo com o nosso entendimento, Amílcar Cabral nunca foi Estadista e, por isso, não pode ter uma celebração acima dos Estadistas, como é o caso do presidente Aristides Pereira, que fez um centenário e que teve uma comemoração. Na nossa opinião, Amílcar Cabral é, sim, um herói nacional, é, sim, alguém importante para a história de Cabo Verde, mas nunca o pai da nação cabo-verdiana, pois a nação cabo-verdiana tem 562 anos e o Amílcar Cabral está a comemorar o seu centenário", explicou Veiga.
"Estamos a falar no 12º selo emitido em nome do Amílcar Cabral. Por respeito e por articulação, [o governo] deveria comunicar-me o que se passava, os acordos que as instituições como os Correios de Cabo Verde e os Correios de Portugal fizeram. Qual a minha surpresa de ver aquilo acontecer da forma como aconteceu. Portanto, há aqui um problema de articulação e eu considerei uma falta de respeito para comigo", acrescentou.
Paulo Veiga vai continuar a liderar a bancada parlamentar do MpD até que sejam realizadas as eleições para a escilha de uma nova direcção, algo que deverá acontecer na primeira semana de Outubro