O dirigente do MpD fez estas afirmações em conferência de imprensa, reagindo às declarações do presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - oposição), Rui Semedo, que contestou a sugestão de Celso Ribeiro de o Estado pedir desculpas pelos anos de partido único entre 1975 e 1991.
A sugestão de Celso Ribeiro foi feita durante a sua intervenção na sessão solene da Assembleia Nacional comemorativa do Dia da Liberdade e Democracia, 13 de Janeiro, tendo gerado polémica no seio dos cabo-verdianos, passados 34 anos após esta conquista.
“Nós fomos muito claros no discurso que fizemos por ocasião da sessão solene de 13 de Janeiro na Assembleia Nacional e reafirmamos aqui o que foi dito nesse dia. O Estado deve pedir desculpas ao povo de Cabo Verde pela instauração, pelo PAIGC/CV, do monopartidarismo durante os 15 anos”, reafirmou.
O parlamentar explicou que a 5 de Julho de 1975, Cabo Verde ascendeu à independência nacional, um marco importante da história e que a independência nacional substituiu a ditadura do partido único português por uma outra ditadura.
No entanto, considerou que foi “logo abafada ou suprimida” com a instalação, pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), da ditadura do partido único.
“O regime opressor que nasceu com a independência era completamente evitável porque havia outros partidos cabo-verdianos que foram simplesmente banidos da cena política, apenas porque tinham opinião contrária à do PAIGC”, afirmou Celso Ribeiro.
Nesta linha afirmou que nos 15 anos do monopartidarismo em Cabo Verde houve “muitos excessos públicos”, com prisões, torturas e abusos, cometidos segundo a mesma fonte, pelo Estado do partido único do PAIGC/CV.
O líder parlamentar do MpD terminou dizendo que a independência foi um “facto irreversível” e uma conquista de todos os cabo-verdianos.