“O próprio presidente do partido, na moção apresentada à direção nacional, falou nesse aspeto, [admitindo-se] a possibilidade e que vamos trabalhar com foco para poder haver a legitimação em termos dos órgãos”, incluindo a liderança, disse Orlando Delgado, porta-voz do encontro que decorre este sábado na Praia.
A maioria parlamentar do MpD que sustenta o Governo recebeu um “alerta”, disse Orlando Delgado, com a derrota eleitoral nas autárquicas de Dezembro de 2024 para o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), que conquistou uma inédita maioria de municípios, com eleições legislativas e presidenciais à vista, em 2026.
“O foco dessa direção nacional é de fazer a reestruturação interna e reforçar” o partido, para poder dar “aquilo que a população espera”, disse o porta-voz, que aposta na recondução de Ulisses Correia e Silva para os próximos desafios eleitorais.
Questionado sobre se a reestruturação interna serve para se mexer no elenco do Governo, Orlando Delgado remeteu o assunto para o primeiro-ministro.
“Esse já é um assunto que depende do primeiro-ministro e presidente do partido: não posso dizer se vai mexer no Governo, mas seguramente que vamos tirar todas as ilações” e “ver onde eventualmente haja alguma fragilidade”, disse.
“Seguramente que o presidente do partido e primeiro-ministro tomará as decisões que melhor entender para também fortalecer o papel da Governo”, tendo em conta “o estudo que foi feito em áreas onde há alguma fragilidade e que têm de efetivamente ser reforçadas”, considerou.
Para já, a direção nacional do MpD elegeu, por unanimidade, um novo secretário-geral, Agostinho Lopes, proposto por Ulisses Correia e Silva.
“É uma pessoa que tem a confiança dos membros da direção nacional, mas penso que também dos militantes. Já foi presidente do partido e, nos próximos tempos, irá ajudar na organização do partido”, concluiu Orlando Delgado.