"Já temos uma indicação, a ser apresentada posteriormente à direcção nacional no dia 11, que é o engenheiro Agostinho Lopes, um militante conhecido, antigo presidente do MpD. Tem a disponibilidade, autoridade política suficiente e a vontade de trabalharmos juntos numa nova fase de maior atividade política a nível nacional e regional", afirmou Ulisses Correia e Silva, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV).
O secretário-geral do MpD, Luís Carlos Silva, anunciou na sexta-feira que colocou o cargo à disposição, justificando a decisão com a necessidade de renovação após a derrota nas eleições autárquicas de Dezembro.
Ulisses Correia e Silva classificou a atitude como "um acto de nobreza", reconhecendo que o partido enfrenta "um novo contexto, com novos desafios".
"Conversei com ele para reconhecer o seu empenho, a capacidade de dar a cara pelo MpD em momentos difíceis e o trabalho realizado. A política faz-se assim, com transições tranquilas", acrescentou.
O líder do MpD disse que o partido tem condições para reverter a situação e preparar-se para as legislativas de 2026, interpretando os resultados autárquicos como um sinal claro dos eleitores.
"Reconheço a mudança que é necessário fazer, por isso é que no dia 11 temos uma reunião para fazer uma avaliação com tranquilidade e com a máxima objectividade possível, relativamente a vários factores que podem ter tido contribuído para os resultados e fazer inversões, alterações necessárias quer a nível do partido e do Governo", referiu.
Correia e Silva admitiu que a acção política precisa de ser mais consistente: "Fica muito claro que não é suficiente fazer obras e realizações porque se fosse só isso, o MpD ganhava em todas as câmaras, mesmo naqueles em que não temos poder".
Defendeu ainda que é fundamental que a acção política seja regular, permanente e forte.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) venceu em 15 dos 22 municípios, incluindo a capital, Praia, onde Francisco Carvalho ampliou a vantagem sobre o candidato do MpD, Abraão Vicente, por cerca de 10.000 votos.
Ulisses Correia e Silva já havia reconhecido os "maus resultados" nas urnas, sublinhando a necessidade de mudanças estruturais no partido.