“Os resultados são maus, temos de reconhecer, muito aquém da expectativa que nós tínhamos”, reconheceu.
Os dados provisórios indicam uma mudança no cenário, com o PAICV vencendo em 15 municípios, enquanto o MpD garantiu sete.
Correia e Silva afirmou que as eleições autárquicas têm características locais e são marcadas pelas candidaturas apresentadas, reafirmando que a democracia em Cabo Verde funcionou, com campanhas pacíficas e um ambiente de normalidade pós-eleitoral.
Enfatizou ainda a importância de evitar fanatismo político e de manter um ambiente saudável para novos desafios.
“A vida continua e não há fanatismo político”, algo que considera “importante para a sociedade cabo-verdiana” e “importante para os políticos” face a “novos combates que estão aí à porta”.
O líder do MpD anunciou que o partido analisará os resultados de forma tranquila, buscando alinhar as decisões com os interesses da democracia e a liberdade de escolha dos cidadãos.
Resultados das autárquicas consolidam a democracia e mostram maturidade cívica – PR
Numa conferência de imprensa sobre as eleições de domingo realizada na segunda-feira, 02, o Presidente da República disse que os resultados são uma prova da força da democracia cabo-verdiana e da maturidade cívica do povo.
“Quero, em primeiro lugar, felicitar o povo de Cabo Verde pela forma ordeira e cívica como participou nesta festa da democracia. Estas eleições consolidaram o estado de direito democrático e mostraram que a nível local temos instituições muito fortes”, afirmou o chefe de Estado.
Em declarações aos jornalistas, o Presidente felicitou os vencedores das eleições, sublinhando a responsabilidade que agora assumem na gestão dos municípios, onde se resolvem questões essenciais para a vida quotidiana das pessoas e saudou os candidatos que não conseguiram vencer, realçando o papel fundamental da oposição no sistema democrático.
“A dinâmica democrática resulta da interacção permanente entre o poder e a oposição. Uns governam, outros fiscalizam, e amanhã podem constituir-se como alternativa e ganhar eleições. Esta é a beleza da democracia e da possibilidade de alternância”, disse,
Quanto a abstenção, José Maria Neves alertou para os elevados índices, considerando este fenómeno uma fragilidade para a democracia.
“Quem não vota permite que outros decidam por ele. Temos de continuar a educação para a cidadania e elevar o nível do debate político, garantindo maior engajamento cívico de todos”, argumentou.
Sobre as denúncias de irregularidades, como compra de votos e distribuição de dinheiro, Neves defendeu uma investigação mais rigorosa.
“É importante que as denúncias sejam apuradas para garantir a integridade dos processos eleitorais. Apesar disso, considero que, globalmente, estas eleições não foram manchadas”.
O PR considerou ainda que os resultados do domingo não devem ser extrapolados para os próximos desafios eleitorais.
“Não considero que haja qualquer possibilidade de extrapolação entre esses resultados e os próximos desafios eleitorais”, declarou.
*Com Lusa
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1201 de 04 de Dezembro de 2024.