Agostinho Lopes indicado para suceder a Luís Carlos Silva

PorAndré Amaral,10 jan 2025 10:02

Agostinho Lopes, antigo presidente do MpD, vai ser indicado por Ulisses Correia e Silva para o cargo de Secretário-Geral, posição ocupada até agora por Luís Carlos Silva. O presidente do partido afasta o cenário de fragilidade interna no MpD e diz que é importante “encontrar soluções rápidas”. A decisão final sobre o novo Secretário-Geral será tomada no próximo dia 11, durante a reunião da Direcção Nacional do MpD.

Luís Carlos Silva anunciou, no passado dia 4, que deixava o cargo de Secretário-Geral do MpD, dizendo ser necessária a renovação do partido. Para o seu lugar, deverá avançar Agostinho Lopes, que já foi presidente do partido e é o nome escolhido por Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD.

Sobre a escolha de Agostinho Lopes, o presidente do MpD referiu, em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), que se trata de “um militante conhecido, antigo presidente do MpD. Ele tem disponibilidade, autoridade política suficiente e vontade de trabalhar connosco numa nova fase de maior actividade política a nível nacional e regional”.

Para Ulisses Correia e Silva, as recentes mudanças na liderança da bancada parlamentar e a saída do Secretário-Geral não significam fragilidade no seio do partido.

Em declarações à TCV, Ulisses Correia e Silva defendeu que o pedido de demissão de Luís Carlos Silva “é atendível, tendo em conta o contexto que temos actualmente, e isso não é nenhum sinal de fragilização”. Além disso, acrescentou que, na política, “nós temos de estar disponíveis para ocupar e abandonar os cargos. Nada é eterno. Estamos num momento em que é necessário abrir portas para outro tipo de soluções, e vamos fazê-lo com tranquilidade”.
“O importante é que soluções rápidas sejam conseguidas”, apontou Ulisses Correia e Silva.

Cargo à disposição

“Depois de um processo profundo de reflexão, decidi colocar o cargo de Secretário-Geral do MpD à disposição do presidente”, foi com estas palavras que Luís Carlos Silva anunciou, no Facebook, que deixava o cargo de Secretário-Geral do MpD e dava início ao processo de renovação no partido.

Sobre a saída de Luís Carlos Silva do cargo de Secretário-Geral do MpD, Ulisses Correia e Silva reconheceu que o partido enfrenta “um novo contexto, com novos desafios” e classificou a sua saída como “um acto de nobreza”.

“Conversei com ele para reconhecer o seu empenho, a capacidade de dar a cara pelo MpD em momentos difíceis e o trabalho realizado. A política faz-se assim, com transições tranquilas”, acrescentou ainda o presidente do MpD.

O dirigente destacou que considera o momento actual propício para uma renovação na liderança, trazendo “uma nova energia, uma nova visão e elementos” que, eventualmente, não foram possíveis de trazer durante os dois anos e quatro meses em que desempenhou o cargo.

Luís Carlos Silva aproveitou para agradecer a colaboração de todos os coordenadores concelhios, a equipa da sede e todos os que trabalharam ao seu lado no percurso.

“Juntos, construímos momentos marcantes e trabalhámos sempre com o melhor interesse do MpD e de Cabo Verde no coração”, realçou.

Situação política

Esta alteração na liderança do partido surge após os resultados das eleições autárquicas de Dezembro passado, em que o MpD passou a liderar sete das 22 câmaras municipais do país, contra as 15 que dirigia até então.

Ulisses Correia e Silva mostrou-se confiante na capacidade do partido de alterar o rumo, mas também admitiu que há necessidade de realizar mudanças.

“Reconheço a mudança que precisamos fazer, por isso é que no dia 11 temos uma reunião para fazer uma avaliação com tranquilidade e com a máxima objectividade possível, relativamente a vários factores que podem ter contribuído para os resultados e para fazer inversões e ajustes necessários, quer a nível do partido, quer do Governo”, apontou o presidente do MpD, que acrescentou que a acção política precisa de ser mais consistente.

“Não é suficiente fazer obras e realizações porque, se fosse só isso, o MpD ganhava em todas as câmaras, mesmo naquelas em que não temos poder”, afirmou.

O MpD convocou uma reunião da Direcção Nacional para 11 de Janeiro, para analisar os resultados eleitorais e delinear estratégias futuras. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1206 de 08 de Janeiro de 2025.

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Autoria:André Amaral,10 jan 2025 10:02

Editado porAndre Amaral  em  10 jan 2025 14:33

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