Em declarações à imprensa, a mesma fonte acrescentou que o objectivo é construir um quadro legal que incentive a denúncia e que proteja o denunciante estimulando assim a “transparência e a boa governação”.
Nesta linha, acrescentou que o grupo parlamentar pretende levar este tema à Assembleia Nacional e que que deseja contar com “advocacy” da Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC) a favor dos denunciantes, após a vista do grupo de deputados do MpD pelo círculo eleitoral de Santiago Sul efectuar uma visita a instituição.
“Em Cabo Verde, neste momento, não temos uma legislação que proteja o denunciante. Quem denunciar fica exposto à perseguição, fica exposto a retaliações que podem ir até à redução de salário, à redução de carga horária ou até à perda do emprego”, precisou o parlamentar.
O deputado reconheceu a proposta surge dentro de um contexto político e deu o exemplo da “denúncia dos salários da primeira-dama”, em que, afirmou, o “denunciante está sendo alvo” de um processo e que o Ministério Público já requereu o julgamento da pessoa.
“O denunciante foi alvo de um processo para apurar a identidade do denunciante. As melhores práticas internacionais dizem que a identidade do denunciante deve ser protegida, nunca pesquisada, e mais, neste caso, o denunciante vai enfrentar um julgamento”, assegurou Luís Carlos Silva.
Nesse sentido, assegurou que a CNDHC está “sensível” ao tema e que conhece as melhores práticas internacionais onde deve existir canais de proteção dos denunciantes.
A proteção dos denunciantes, finalizou, está orientada para servidores públicos que, no âmbito da sua função profissional, encontre irregularidades, ilegalidades ou até corrupção e tenha a possibilidade de os denunciar.
O grupo de deputados do MpD pelo círculo eleitoral de Santiago Sul também esteve no Gabinete de Prevenção e Combate à Corrupção, com o mesmo tema em agenda.