Em declarações à Inforpress, Agostinho Lopes afirmou que qualquer “perspectiva de instabilidade” no seio da comunidade cabo-verdiana radicada nos Estados Unidos da América é motivo de preocupação.
O novo Presidente norte-americano garantiu, no seu discurso de tomada de posse, esta segunda-feira, que irá expulsar “milhões e milhões” de imigrantes ilegais, um dos principais focos da sua campanha eleitoral.
Daí Agostinho Lopes entender que os anúncios de Donald Trump não constituem nenhuma surpresa, porque, afirmou, o novo Presidente dos EUA já tinha anunciado essas medidas, como sendo prioritárias, desde o tempo em que era candidato.
“Isto preocupa-nos, mas era algo que já esperávamos”, indicou o SG do MpD, acrescentando que Cabo Verde tem de levar isto em consideração e preparar-se para eventuais deportações de cidadãos nacionais que, neste momento, se encontram em situação ilegal nos EUA.
No que concerne à retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto o principal financiador desta agência das Nações Unidas, o SG do MpD mostrou-se igualmente “preocupado”, já que, segundo ele, a referida organização tem uma “acção humanitária muito grande, com especial incidência nos países mais pobres e com sistemas de saúde frágeis”.
Segundo ele, a actuação da OMS em diferentes regiões do mundo no combate às epidemias e doenças, como o paludismo, tem sido eficaz.
“Acredito que a Organização das Nações Unidas, como um todo, e as suas agências, nomeadamente a OMS, estará à medida dos desafios que ora se coloca”, indicou Lopes, acrescentando que o executivo da Organização Mundial da Saúde já pediu um período de negociação sobre a retirada imediata dos Estados Unidos.
“Creio que vai haver solução e espero que chegue a tempo de os mais vulneráveis do planeta não saiam prejudicados por causa de uma decisão dos Estados Unidos”, vincou o dirigente político do MpD.
Quanto à retirada dos EUA do Acordo de Paris, que visa atenuar os efeitos negativos sobre as alterações climáticas, Agostinho Lopes não ficou surpreendido com a medida de Donald Trump, porque, sustentou, no mandato anterior do Presidente ora empossado, já tinha tomado esta medida que foi “revertida pelo Presidente Joe Biden”.
“Não vamos entrar em pânico por causa disto. É mais um problema, que era previsível, do meu ponto de vista”, concluiu Agostinho Lopes, a propósito da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
Donald Trump tomou posse como 47º Presidente dos EUA, numa cerimónia realizada esta segunda-feira dentro do Capitólio, em Washington, D.C, devido ao frio extremo na capital norte-americana.