Presidente da UCID critica tom “triunfalista” da mensagem de Natal do PM

PorExpresso das Ilhas,25 dez 2025 21:06

​O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) critica a mensagem de Natal do Primeiro-Ministro, e considera que o discurso foi marcado por um tom “triunfalista” que contrasta com a realidade social vivida por milhares de cabo-verdianos.

Em declarações a imprensa, esta quinta-feira, João Santos Luís  classificou como “politicamente irresponsável e socialmente insensível” a celebração da graduação de Cabo Verde a País de Rendimento Médio Alto, quando, segundo diz, mais de 100 mil cidadãos continuam em situação de pobreza absoluta.

“Nenhum indicador internacional substitui a dignidade de uma família que não consegue garantir três refeições por dia”, sublinha.

O líder dos democratas Cristãos rejeita a ideia de uma recuperação robusta da economia.

“Falar em recuperação económica robusta é ignorar que o crescimento verificado não chegou às pessoas, não reduziu o custo de vida, não fortaleceu as economias locais e não criou oportunidades sustentáveis nas ilhas. Crescimento sem inclusão é fracasso político. Quanto à propaganda em torno da taxa de desemprego mais baixa de sempre, é preciso dizer a verdade: ela resulta, em grande parte, da emigração massiva de jovens, que abandonam o país por falta de futuro. Exportar mão-de-obra não é política de emprego, é confissão de incapacidade governativa”, frisa

O dirigente partidário contesta também a forma como o Governo apresenta a estabilidade política do país, e defende que esta não é resultado da ação governativa.

“A alegada posição de Cabo Verde como um dos países mais estáveis de África não é obra deste Governo. Essa estabilidade é resultado directo da maturidade do povo cabo-verdiano, da sua cultura de paz e da rejeição histórica do conflito. Apropriar-se desse património coletivo é, no mínimo, desonesto”, destaca.

Relativamente à referência à qualificação dos Tubarões Azuis para o Mundial de 2026, o presidente da UCID acusa o Executivo de tentar capitalizar politicamente um feito que considera ser “fruto exclusivo da determinação, sacrifício e talento dos jovens atletas”.

A UCID considera meramente propagandísticas as promessas projectadas para 2026, nomeadamente em matéria salarial. João Santos Luís defende que o país precisa menos de “discursos autoelogiosos” e mais de liderança, visão estratégica e políticas públicas eficazes capazes de responder aos problemas reais dos cabo-verdianos.

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Autoria:Expresso das Ilhas,25 dez 2025 21:06

Editado pormaria Fortes  em  25 dez 2025 23:22

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