A reunião sobre a crise venezuelana foi pedida pelos Estados Unidos, que reconheceram na quarta-feira a autoridade daquele opositor ao contestado Presidente Nicolás Maduro.
Mike Pompeo "vai exortar os membros do Conselho de Segurança e a comunidade internacional a preservarem a paz e a segurança internacionais reconhecendo Juan Guaidó como Presidente constitucional interino da Venezuela", indicou hoje o Departamento de Estado num comunicado.
O secretário de Estado vai também "apelar a que se apoie o governo de transição nos seus esforços para restabelecer a democracia e o Estado de Direito".
Os Estados Unidos foram o único dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança a ter reconhecido formalmente Juan Guaidó como Presidente em vez de Nicolás Maduro.
A França e o Reino Unido expressaram apoio a Guaidó enquanto presidente da Assembleia Nacional e consideraram "ilegítima" a reeleição de Nicolás Maduro, enquanto a Rússia manteve o apoio ao dirigente socialista e a China criticou "ingerências externas".
Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Além dos Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a maioria dos países da América Latina reconheceram-no como Presidente interino, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba, que se mantêm ao lado de Maduro, assim como a Turquia e o Irão.
Os protestos na Venezuela causaram pelo menos 26 mortos em quatro dias, segundo o Observatório Venezuelano dos Conflitos Sociais (OVCS), uma organização da oposição.
A ONU referiu que mais de 350 manifestantes foram presos desde o início da semana.
Os dados desta organização indicam que 2,3 milhões de pessoas fugiram da Venezuela desde 2015 devido à crise política e económica no país, onde vivem cerca de 300.000 portugueses e lusodescendentes.