A presidente do Sindprof, Lígia Herbert, disse à Inforpress, no final da visita, que muitos professores precisam ter o complemento de licenciatura, mas não existindo um polo universitário na região para tal e nem possibilidade de licenciatura à distância, a tutela precisa encontrar uma saída.
“Os professores da região estão estagnados porque não existe ensino à distância e o estatuto exige uma licenciatura que eles não têm condições de fazer porque a ilha não tem polo universitário”, disse.
A visita da delegação do Sindprof à região tinha por objectivo contactar a classe docente para apresentar ganhos que a organização sindical tem conseguido ao longo de quase três anos da sua existência e socializar a proposta de revisão do estatuto do pessoal docente de 2015, que o sindicato apresentou ao Ministério da Educação, assim como auscultar os professores para uma maior defesa dos seus direitos e encetar parcerias a nível educativo, a nível de projectos de saúde e de prevenção.
A presidente do Sindprof disse que os encontros com a classe docente foram “extremamente positivos” e que os professores mostraram-se abertos às propostas de estatuto, observando que o sindicato visitou a região no ano passado para recolher subsídios e que agora trouxe um produto acabado para os professores verem o trabalho realizado pelo sindicato de acordo com os subsídios recolhidos em todas as ilhas de Cabo Verde.
Durante a estada na região os responsáveis do Sindprof visitaram também jardins infantis para ver a situação laboral das monitoras e encontraram-se com presidente da Câmara Municipal de São Filipe para ver a possibilidade de estabelecer parcerias para capacitar e ‘empoderar’ as monitoras.
Segundo Lígia Herbert já se começou a ter educadoras de infância com licenciatura, mas a maioria das monitoras precisam de ser capacitadas, indicando que o “salário é baixíssimo” e que o Sindprof coloca-se como parceiro para ajudar na resolução desta situação, sobretudo das monitoras que não tem formação.
A questão das pendências, a reclassificação dos que concluíram licenciatura após 31 de Julho de 2015 e a inclusão sem deixar ninguém de fora foram outras questões analisadas durante a visita de cinco dias às ilhas do Fogo e Brava da delegação do Sindicato Democrático dos Professores.