Artigos de Elter Carlos* no nosso arquivo
Totinho (I): O Saxofonista da música como Sopro da Alma e respiração da Cultura (In Memoriam)
António Domingos Gomes Fernandes, de nome artístico Totinho, nasceu em Cabo Verde, ilha de Santiago, no ano de 1964, e viria a falecer a 02 de Julho de 2024, na sua ilha natal. Homem movido desde a tenra idade pelo ascensional sopro de Bondade e cujas safras de suas ações estético-musicais a cultura cabo-verdiana profundamente regozijaria, Totinho é (e será no desocultar da temporalidade) uma figura cimeira no campo da formação e inspiração da sensibilidade artística do Povo Cabo-verdiano. O seu esforço criativo em prol da persistência em arte e cultura resplandece(rá) vigoroso sentido do Belo na celebração da vida do Povo destas ilhas, no seu aturado processo de vir-a-ser com o Outro no mundo intercultural que contemporaneamente vivemos.
Arlindo Andrade. O Poeta de “Para Além do Mar”, “Firme e Hirto como o Poilão” & outros Cânticos
A maturidade do poeta explica-se pela orgânica ligação existente entre os dois livros, qual cordão umbilical que se cunhou como indesmentível contribuição à arte poética destas ilhas crioulas. Ao inundar o espírito do leitor com imagens e arquétipos advindos da sua pátria ontológica, a infância em Boa Entrada (junto ao Poilão), lugar onde nasceu, brincou e se embrulhou na genesíaca plasticidade de estórias e tradições orais, os poemas de Arlindo Andrade assumem um ethos singular e uma (con)vocação ao leitor para se entrar no espírito do texto e escutar-lhe o Ser e a força, a energia e o(s) caminho(s) de interpretação da identidade cultural cabo-verdiana aí depositados.
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