Preparativos para o AME vão de vento em popa

PorDulcina Mendes,16 fev 2019 16:16

​A sétima edição do Atlantic Music Expo (AME) que acontece de 8 a 11 de Abril, na Cidade da Praia, já tem confirmado os nomes de alguns artistas internacionais e os nacionais serão conhecidos no mês de Março. Este ano, a abertura do AME conta só com actuações de artistas nacionais.

A organização já começou a divulgar os nomes de alguns artistas internacionais que vão estar nos palcos do Atlantic Music Expo. Este evento que acontece antes do Kriol Jazz Festival, irá transformar a capital do país num mercado transatlântico da cultura.

De Gana estará Sizz The Truth, Continuadores vem de Moçambique, La Yegros da Argentina, Basheer de Egipto, Cris Pereira do Brasil, Lúcia de Carvalho de Angola, Guiss Guiss Bou Bess de Senegal, Tiloun da Ilha de Reunião, Mohamadou Kouaté de Senegal/Itália, Kristel de Madagascar e Qualité Motel de Canada.

Nas próximas semanas serão divulgados mais nomes internacionais que vão participar neste evento. Ainda não foram revelados os nomes dos artistas nacionais que vão marcar presença neste evento, mas Augusto (Gugas) Veiga, Director Geral do AME, e representante da Associação Cabo Verde Cultural, garante que no mês de Março serão conhecidos.

“Vamos, até 4 de Março confirmar aos artistas que foram seleccionados e uma semana depois, vamos divulgar os escolhidos. Alargamos o prazo das inscrições até o dia 25 de Janeiro, porque a maioria das candidaturas estavam incompletas”, justifica.

Este evento que já vai na sétima edição, será realizado pelo segundo ano consecutivo pela Associação Cabo Verde Cultural formado por dez produtores nacionais.

Gugas Veiga disse ao Expresso das Ilhas que está satisfeito com o número de artistas que se inscreveram este ano para o evento, tanto dos nacionais como dos internacionais. “A nível de artistas internacionais tivemos um recorde de inscrições, conseguimos cerca de 250 inscritos. Em relação aos artistas nacionais também o número de inscritos aumentou: tivemos cerca de 80 registados. Neste momento, o júri já está a escolher os artistas, e tem até o dia 15 deste mês para nos dar a listagem da sua escolha”.

“Os artistas serão escolhidos pelo júri constituído por quatro elementos oriundos da África, Europa, Estados Unidos e um de SACEMF (Sociedade de autores, compositores de música) França”, indicou, esclarecendo que a organização não faz parte do júri, e nem irão intervir na escolha dos artistas, tanto nacionais como estrangeiros.

“Estamos muito contentes com a procura dos artistas para participar neste evento, porque sentimos que realmente o AME está a crescer a nível da importância para o mercado de troca musical, a nível de negócio e a nível mundial”, frisou.

Em relação ao formato, o Director Geral do AME assegura que será o mesmo do ano passado. “Vamos continuar com a Feira Profissional, Workshops, Conferência, One to One Meetings, Daycase no Palácio da Cultura Ildo Lobo, Showcase na Rua Pedonal e na Pracinha da Escola Grande. Teremos, também Showcase de Djs como no ano passado”.

Abertura só com prata da casa

Uma das novidades para este ano é que a abertura que decorre no Palácio da Assembleia Nacional no dia 8 de Abril contará só actuação de artistas nacionais. “Essa vai ser uma inovação, porque no ano passado tivemos actuação de vários artistas de outras paragens, mas este ano vamos dar oportunidade aos nacionais para a abertura e será uma cerimónia mais pequena”, anuncia.

Gugas Veiga garantiu que tem sido muito gratificante realizar este evento, pelo facto do AME estar a crescer cada vez mais e a tornar-se numa referência a nível mundial.

“O AME é a melhor forma de promovermos os nossos artistas e a música de Cabo Verde no mercado internacional. Este evento tem servido não só para promover os nossos artistas para conseguirem trabalhos fora de Cabo Verde, mas também tem sido um factor de crescimento e preparação dos artistas, dos agentes e dos managers”, adiantou.

Economia local

Durante a semana do AME, a Cidade da Praia recebe pessoas de países diferentes. Por isso durante o AME os hotéis, restaurantes e bares estão sempre cheios. Daí que a organização encomendou para a edição deste ano um estudo para saber quanto é que é gasto durante o evento.

“Já encomendamos o estudo. Durante a edição deste ano vamos ter uma empresa a trabalhar connosco para quantificar o quê que entra na economia da cidade. Temos uma noção clara que este evento é muito importante para economia do país e da Cidade da Praia, em particular”, estima.

Quanto ao orçamento, Gugas Veiga disse que será igual ao do ano passado - 16 mil contos. “Estamos a tentar aumentar um pouco mais para termos mais artistas no evento”, explica o Director Geral do AME.

AME aberto ao mundo

Para o representante da Associação Cabo Verde Cultural, o AME é o principal mercado a nível do continente africano e um dos principais mercados a nível mundial.

“Estamos a ver que alguns dos mercados que faziam concorrência directa ao AME por motivos políticos, estão a desaparecer, como é o caso do Festival Babel Med Music de Marselha. As pessoas que iam para lá, vêm agora para Cabo Verde”.

Gugas Veiga citou também a Visa for Music que acontece em Marrocos no mês de Novembro, também este ano não está previsto e alguns delegados vêm para o nosso país. “Esses delegados vão atrair muitas pessoas, porque são muito importantes no mundo da música e podem fazer a diferença na carreira dos artistas”.

Em relação à promoção dos artistas, disse que as coisas não acontecem logo e que os músicos que participam têm que dar continuidade aos contactos que têm e continuar a mostrar os seus trabalhos, as novidades e a contactar os profissionais que estiveram no evento.

“Nós já tivemos efeitos directa. Por exemplo, o grupo Bulimundo que participou no encerramento do AME e abertura do Kriol Jazz Festival na edição de 2017 foi actuar no Festival de Músicas do Mundo de Sines, em 2018, que é o maior festival de músicas do mundo em Portugal e foram para outros festivais fora de Cabo Verde. Tudo isso devido ao trabalho que foi feito no AME e dos contactos que fizeram e das peças jornalísticas que saíram nos órgãos nacionais e internacionais”, conta.

Este ano o Director Geral do AME garante que vão fazer o balanço das actividades, bem como os ganhos conseguidos durante o evento.

Por outro lado, Gugas Veiga afirma que o AME é único mercado no mundo onde há participação de 50% de artistas nacionais e 50% de artistas internacionais. “Nos outros mercados os países que organizam esse tipo de evento se tiverem dois ou três representações dos seus países é muito. Nós temos o princípio de ter um número muito superior a esse devido à forma como o AME foi negociado. É uma coisa que não abrimos mão, porque o objectivo principal desse evento, para além das trocas musicais transatlânticas, é a promoção da música e dos artistas cabo-verdianos pelo mundo”.

Por fim, mas não menos importante, o também representante da Associação Cabo Verde Cultural esclarece que não tem nenhum problema, nem com o Ministério da Cultura, nem com o ministro da Cultura. “Inclusive, é no Palácio da Cultura Ildo Lobo, que é do Ministério da Cultura, onde se realizam algumas actividades do AME. Portanto, temos uma relação de parceria”.

“O Ministério da Cultura optou por não participar neste evento. Nós respeitamos e estamos sempe abertos para colaborar com o ministro e o Ministério da Cultura”, ressalta o Director Geral do AME.

De referir que a edição do ano passado (2018) contou com a presença de 30 jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social de vários países e cerca de 350 delegados e 200 artistas, entre nacionais e internacionais, com mais de 30 países representados.

Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 898 de 13 de Fevereiro de 2019.

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Autoria:Dulcina Mendes,16 fev 2019 16:16

Editado porDulcina Mendes  em  7 nov 2019 23:21

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