Com mais de 20 títulos na sua discografia, Vasco Martins regista neste álbum mais uma das suas muitas experiências musicais, desta vez um concerto ao vivo gravado a 13 de Outubro de 2018 na praia d’Norte, em São Vicente, onde se situa o arco que dá titulo ao disco, construído sob instruções específicas do próprio músico e onde periodicamente se reúne com amigos próximos.
“Vasco Martins compôs temas novos para o concerto que, depois de serem editados, tiveram a masterização na Inglaterra assinada por Joe Fossard; daí o magnifico som do álbum”, diz a nota de apresentação do disco, descrito como uma “expedição imaginativa, intemporal, mental e espiritual”.
“A capa é simbólica: representa o ‘sonho’ de Vasco Martins que antecedeu à construção do "arc", em 1998: triângulos duplos, galáxias, mar atlântico, simbolismo celta, arco de formato etrusco, cores violeta‐azul, transmitindo também a ‘energia’ e imagética envolvente do concerto, que foi num dia notavelmente tempestuoso”.
Com seis temas originais (um deles em duas versões) e criados especificamente para o concerto – The Ocean is breathing, Infinity days left, Tabalongesim, Arc, Pandion halieatus, Hypnotic route, Tabalongesim (abridged version) – o disco teve lançamento em streaming em Janeiro e a edição física é bastante limitada, estando a partir de amanhã disponível na galeria Alternativa, em Mindelo.
A estética do álbum, segundo a nota de divulgação, é uma aposta nas variações e improvisações, numa tentativa de exprimir o momento do concerto.
“A utilização de instrumentos analógicos aliados aos digitais, favoreceram uma larga palheta timbrica. Sequências, music‐drones, sinfonismo, melodias etéreas, ambientes, concentração não-linear nos improvisos, dinâmicas, downtempo e bpm a 120, fazem de ARC um notável testemunho de Vasco Martins como compositor‐performer”.
O próprio músico defende o uso de sintetizadores que diz que, embora mal compreendidos e usados, podem ser um veículo para a expressão artística.
Quanto a Cabo Verde, está presente no disco pela sua “interligação com o Cosmos (do grego: o todo). Estados de consciência e de percepção, mas também o prazer indizível e infinito da música”.
“Arc” segue-se na discografia do compositor a “Partum Spirales”, lançado em Junho do ano passado.