A cerimónia de condecoração aconteceu esta quinta-feira, no Palácio do Governo, e foi presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O dossier de candidatura da morna, que espelha a alma do povo cabo-verdiano, contou com mais de mil páginas, 300 entrevistas de Santo Antão à Brava.
Ulisses Correia e Silva considerou este momento especial e disse que estas condecorações mostram ao país as pessoas que trabalharam para que a morna fosse classificada como património cultural imaterial da humanidade.
“A morna foi adoptada, porque o trabalho foi considerado bem feito. E nós gostaria de vos dizer que Cabo Verde e o Governo estão orgulhoso do vosso trabalho. Sei que não foi um trabalho fácil, mas quando nos engajamos e focamos conseguimos ter bons resultados”, sublinha.
Por seu lado, o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente disse que ficou emocionado ao ver os técnicos reconhecidos.
Conforme Abraão Vicente não é óbvio e nunca foi óbvio a classificação da morna a património cultural imaterial da humanidade. “Não é natural um país com a nossa dimensão ter já na primeira tentativa um bem classificado como património cultural imaterial da humanidade”.
"Este acto é um reconhecimento de que instituições fortes e credíveis engrandecem o país”, acrescenta.
Em nome dos condecorados, a coordenadora do processo de candidatura da morna, Sandra Mascarenhas afirmou que a elevação da morna a património cultural imaterial da humanidade é o reconhecimento de todos aqueles que ao longo dos séculos mantiveram este património vivo.
“Este acto representa um momento de merecido reconhecimento a equipa técnica que labutou, preparou e submeteu o processo de candidatura a tutela em Março de 2018. Esta consagração é merecida porque a Unesco não avalia e não avaliou a morna enquanto género musical, pois não constitui propósito da Unesco em classificar, hierarquizar ou determinar a importância, relevância e a projecção da morna em relação aos outros géneros musicais”, assegura.