Abraão Vicente considerou que com este busto o “legado de Luís Morais, a sua relação umbilical e emocional com a ilha de São Vicente será perpetuado para sempre nas ruas de Mindelo”.
O governante aproveitou para dar os parabéns ao escultor Domingos Luísa, o mesmo que fez o busto de Cesária Évora edificado no Aeroporto Internacional de São Vicente, pelo “primor desta obra”.
“Nada sabe melhor que cumprir a nossa obrigação de memória com os nossos grandes”, salientou o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas.
Luís Morais nasceu no Mindelo a 10 de Fevereiro de 1935 e faleceu em New Bedford (Estados Unidos da América) a 25 de Setembro de 2002.
Oriundo de uma família de músicos, deu um grande contributo no estilo de música instrumental de Cabo Verde até o último momento da sua vida e passou a ser considerado um dos embaixadores da música cabo-verdiana.
Foi aluno de José Alves dos Reis, regente da banda do Mindelo. Aos 14 anos, integrava já a banda do Mindelo, actuando na Praça Nova ou até em bares e festas conjuntamente com a família e amigos, interpretando mornas, coladeiras, salsas, batucadas e valsas.
Durante a sua longa e prestigiada carreira, notabilizou-se como um virtuoso executante de instrumentos de sopro, entre os quais saxofones (alto e tenor), clarinete e flauta. Foi o mentor do famoso conjunto Voz de Cabo Verde, com o qual percorreu o mundo como solista e director musical.
A obra do músico passa pelos estilos tipicamente cabo-verdianos, assim como pelo choro, samba e pela bossa nova do Brasil, e também pela cumbia, que se evidenciou nos anos 60 e 70 no mundo hispânico, chegando também aos grandes clássicos europeus dos anos 60 principalmente na Holanda.
Destacam-se “Mona Linda”, “Lágrimas”, “Nostalgia” e sobretudo “Boas Festas”, que até hoje embala a quadra festiva dos cabo-verdianos em Cabo Verde e na diáspora.
Para além da carreira como músico, Luís Morais também foi professor de Educação Musical no Mindelo, na Praia e em Dakar (Senegal).