“Tenho tudo para ser feliz”

PorDulcina Mendes,9 mai 2021 7:41

O bailarino Djamilson Pereira dos Santos (Nuno Barreto) encontrou na dança a sua grande paixão. Integra a companhia de dança Raiz di Polon.

Com vários trabalhos realizados e muitos países visitados, graças à dança, Nuno Barreto não tem dúvida, a dança é a sua maior alegria.

“É como acordar para alguma coisa. Então eu estava na hora certa e no momento certo, quando comecei a me envolver com a companhia de dança Raiz di Polon de forma informal”, conta.

Com 16 anos de dança, o bailarino afirma que o caminho que percorreu até agora tem-lhe dado muita satisfação. “Hoje olho para trás e digo que é esse o caminho que Deus escolheu para mim. E tenho muita satisfação para agradecer a Deus pela vida e por Ele ter escolhido esse caminho para mim, porque para mim é muito importante fazer a dança”.

Quanto aos trabalhos realizados, Nuno Barreto disse ter já perdido a conta de quantos já fez. “Tenho muitos trabalhos feitos nessa área, até já perdi a conta. Quando tens planos de aumentar a tua capacidade na tua carga criativa ou de experiência, buscas sempre uma forma de fazer coisa diferente, então o projecto Badju Ka bu Kaba é um acordar para a vida”.

O projecto Badju Ka bu Kaba é um projecto que desenhou e executou juntamente com a bailarina Luciene Cabral, que foi apresentado na passada quinta-feira, na Cidade da Praia.

Além dos trabalhos com a companhia de dança Raiz di Polon, o bailarino tem vários solos e outros projectos pessoais no mundo da dança e não só. “Tenho feito solos, da minha iniciativa, aprendizagem para partilhar com os novos bailarinos. Tive cinco anos a fazer um projecto que é residência artística em Cabo Verde, tenho trabalhado e trazido bailarinos internacionais para o nosso país”.

Natural da ilha de Santiago, o bailarino avançou que Cabo Verde tem muito para dar a nível da dança. “Dança contemporânea tem muito para oferecer a nível da juventude, escolas e comunidades e só nos resta fazer muita força e prosseguir esse objectivo”

Marco na dança

O bailarino sublinhou que todos os espectáculos são importantes e marcantes na sua vida. “Os espectáculos internacionais têm marcado muito a minha vida pessoal e profissional. Tenho feito muitos espectáculos, tive vários encontros e tudo aquilo que acontece na minha vida é marcante”.

Para Nuno Barreto, todos os momentos de viagem, de voo de espectáculos com Raiz di Polon, têm marcado a sua vida. “Nunca vou esquecer de nenhum momento. Por isso agradeço sempre a Deus e ao universo por tudo o que me têm dado, como pessoa e como bailarino. Agradeço igualmente à minha mãe e a todos os que partilham comigo as boas energias”.

Nesse sentido, Nuno Barreto afirma que tem vontade de partilhar com outras pessoas e outras gerações todas as boas energias. “Tudo que faço hoje na minha vida é graças a Deus e à minha mãe, porque desde que comecei a fazer a dança nunca a minha mãe me exigiu que ajudasse nas despesas da casa, nem nunca me exigiu para pensar em fazer outras”.

“Posso dizer que sou feliz porque a minha mãe me tem apoiado a continuar a fazer a dança”, declara Barreto.

Barreto confessou que na sua vida não há espaço para tanta felicidade. “Para mim isso é felicidade, fazer aquilo em que sinto bem e receber por isso e ter todas as pessoas que esperas que te apoiem a apoiar-te. O que que me resta é viver feliz”.

“O meu dom é viver feliz, aquilo que não traz felicidade não tem espaço na minha vida. Conheço infelicidade e sofrimento, mas não os quero porque tenho tudo para ser feliz. Tenho o apoio da minha mãe, tenho vida e saúde e tenho aquilo que gosto de partilhar que é a dança contemporânea. Não tenho como não ser feliz. Vou continuar a fazer a dança porque sei que tenho muito ainda para fazer na minha vida”, assegura.

Além da apresentação do projecto Badju Ka bu Kaba, no passado dia 29 de Abril, o bailarino apresenta uma outra peça a solo intitulada “Isolamento 20”. “É um retrato de tudo aquilo que é sentimento e emoção humano e universal, do que é o isolamento no sentido geral”, explica. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1014 de 5 de Maio de 2021.

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Autoria:Dulcina Mendes,9 mai 2021 7:41

Editado porSara Almeida  em  17 fev 2022 23:20

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