Abraão Vicente disse que é preciso formalizar o sector da cultura

PorDulcina Mendes,7 jul 2021 12:07

O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, disse hoje que é preciso formalizar o sector da cultura, e fazer com que as câmaras municipais planifiquem os seus eventos em detrimento da sua potencialidade.

Abraão Vicente fez esta afirmação à margem da reunião que realizou com todos os vereadores da cultura de todas as câmara municipais do país.

“É preciso fazer com que as câmaras municipais especializem os seus municípios em determinados tipos de eventos, para que não tenhamos cada município a puxar para o seu lado e a fazer os mesmos eventos, festivais com os mesmos artistas com as mesmas actividades”, indica.

Conforme Abraão Vicente, a ideia deste encontro é alinhar expectativas, fazer apresentação do contexto actual de Cabo Verde com a crise com impacto económico, orçamento rectificativo que vai ser aprovado dentro de dias, sobretudo passar a mensagem que é preciso planificar o sector.

“Este primeiro encontro é para fazer uma apresentação daquilo que está escrito no programa do Governo e tentar um alinhamento a nível nacional”, sublinha.

Por outro lado, avançou que o seu ministério terá cortes na ordem de 60/70 %, “estamos amputados até final do ano, mas esperamos que a crise passe e que retomemos o nível de negociação com o Ministério das Finanças a partir daquilo que era o orçamento de 2019”.

“É importante as pessoas e os artistas perceberem que não existem várias caixas fortes no Governo, existe apenas o tesouro do Estado e o dinheiro disponibilizado ao Ministério da Cultura é a verba que o Estado disponibiliza para todos os sectores da cultura”, explica.

Abraão Vicente disse que não depende do ministro da Cultura o valor que é disponibilizado para o sector da cultura, porque o acordo é feito conforme as prioridades nacionais. “As prioridades, neste momento, são a continuação da vacinação e o empoderamento do sector da saúde”.

“Neste momento, a grande prioridade a nível de obras é terminar o Centro Nacional de Artes Artesanato e Design –CNAD, em Mindelo, cujo as obras já estão avançadas, estancar a degradação do Ponte Canal na Ribeira Brava São Nicolau, que neste momento está com alguma fragilidade e terminar a Igreja de Santa Catarina”, assegura.

O governante garante que vão continuar a financiar os pequenos projectos artísticos, “acabamos de fazer um desbloqueio de cerca de 9 mil contos de apoios directos aos artistas do edital que lançamos antes das eleições e que por imperativos legais não podemos fazer a transferência e vamos continuar toda a lógica de formação dos actores”.

Abraão Vicente afirmou ainda que o sector não vai parar e que vão ter um orçamento de 370 mil contos, sendo que mais de 85% é consumido por gastos fixos, salários dos funcionários e as despesas de funcionamento das instituições. “A questão é perceber a dimensão e a escala do financiamento que pode sair do Ministério da Cultura, vamos continuar a lançar livros, a planificar a fazer a transferência do arquivo do Arquivo Nacional que está na diáspora, enfim vamos fazer a programação possível sem muito lamentação e a espera que a crise passe”.

O ministro da Cultura avisa que não vai haver financiamento para os grandes eventos este ano. “Neste momento é gerir e criar expectativas e convencer os autarcas que é possível continuar a fazer cultura e uma programação de qualidade sem um investimento muito volumoso, estamos a falar dos cinco meses que faltam para terminar este ano, a partir de Janeiro de 2022 vamos falar em outras abordagens esperamos já do pós pandemia”. 

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Autoria:Dulcina Mendes,7 jul 2021 12:07

Editado porDulcina Mendes  em  20 abr 2022 23:20

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