Jair Fernandes afirmou, numa entrevista ao Expresso das Ilhas, que foi montada uma equipa para esse trabalho desde 2017.
“O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do IPC, tem estado a desenvolver o projecto de salvaguarda da Tabanca, que é trabalhar com os grupos e dinamizá-los. Por outro lado, queremos empoderar os grupos com subsídios e acompanhamento que tem sido feito desde 2017”, sublinha.
Segundo o presidente do IPC, a curto prazo será montado o dossier de candidatura da Tabanca a Património Cultural e Imaterial da Humanidade, para ser apresentado à UNESCO.
“Neste sentido, já foi feito o inventário com todos os grupos da Tabanca a nível nacional, desde a da ilha do Maio e dos vários municípios de Cabo Verde. Neste sentido há um subsídio anual de 200 contos que é atribuído aos grupos da Tabanca”, indica.
Para Jair Fernandes esse subsídio é importante, porque acaba por empoderar sobretudo nas áreas em que têm maior dificuldade em termos de financiamento nomeadamente a nível dos vestuários e instrumentos musicais.
“Da parte do IPC haverá todo o acompanhamento técnico que é preciso fazer no quadro da própria convenção do património imaterial, o inventário, consentimentos, empoderamento dos grupos até terminamos com a montagem do dossier de candidatura, que é um projecto inscrito no plano de actividade do instituto do património", esclarece.
Questionado se para esta candidatura, estará no país especialista internacional, à semelhança daquilo que foi feito com a Morna, Jair Fernandes disse que não será necessário, tendo em conta a experiência que já adquiriram nessa matéria. “Todo o trabalho que foi feito com a morna, os custos envolvidos, contaram na altura com a cooperação internacional nomeadamente a cooperação portuguesa. Acabou por servir como experiência para equipa nacional, e a ideia é aproveitar essa experiência e envolvendo aqui todo o saber fazer adquirido com o processo da morna, daí que a nossa proposta é utilizar 100% a prata da casa, investigadores não só do Instituto do Património Cultural, mas também das outras instituições nomeadamente das universidades e do sector privado”.