A informação foi avançada hoje pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto Novo, Nilson Santos, durante o fórum sobre a salvaguarda da identidade cultural das festas de São João Baptista no município do Porto Novo, classificada em 2017 como património cultural imaterial nacional.
Nilson Santos disse que a autarquia partilha da ideia de propor à Unesco a classificação da peregrinação dos fiéis com imagem de São João Baptista, entre Ribeira das Patas e cidade do Porto Novo, num percurso de 23 quilómetros, a património imaterial da humanidade.
“O próprio ministro da Cultural e Indústrias Criativas entende que será mais fácil apresentar à Unesco o dossiê sobre a peregrinação do que de toda a festa de São João”, sublinhou este autarca, reafirmando o propósito da edilidade e o Governo preparar, conjuntamente, o processo a ser submetido à Unesco.
Para Nilson Santos, a peregrinação, que envolve, anualmente, cerca de dez mil pessoas, é “o item de maior relevância” das festas de São João no concelho do Porto Novo, e constitui o aspecto que diferencia esta manifestação cultural das restantes em Cabo Verde.
As festas de São João Baptista terão começado a ser festejadas em Santo Antão no século 17 e a peregrinação dos fiéis entre Ribeira das Patas – cidade do Porto Novo terá começado há cerca de duas décadas.
A necessidade de preservar e elevar as festas de São João no Porto Novo e sua classificação a património imaterial mundial foram algumas questões abordadas no fórum, que se inseriu no âmbito do programa das festividades do santo padroeiro, que se assinalam a 24 de Junho.
Presente no fórum, o pároco do Porto Novo, José Pires, disse que “toda a euforia que se nota à volta das festas de São João tem todo o sentido”, já que “o próprio nascimento do João Baptista foi motivo de muita alegria”.
O fórum sobre a salvaguarda das festas de São Baptista contou ainda com a presença do ministro-adjunto do Desporto e Juventude, Carlos Monteiro, que propôs a criação de mais espaços de debate sobre estas festas, aconselhando ainda a utilização das plataformas digitais para preservar e promover esta manifestação cultural.