Dos ritmos do Senegal à Nigéria, sempre com suporte de bandas constituídas por jovens músicos cabo-verdianos, passando por Cuba, a fusão de ritmos, a julgar pelos aplausos, agradou.
E foi o guitarrista Vamar Martins, que abriu o palco da segunda noite, na sua terceira presença consecutiva neste palco, quem começou por lembrar que o pai Vasco, das poucas vezes que saía do Calhau, a 14 quilómetros do centro da cidade, onde reside, em direcção à “morada”, ia directo ao espaço cultural que Chant abrira no centro da cidade.
E mais, que ele, Vamar, quando regressou da formação superior no estrangeiro, “o primeiro toque”, que é como diz, a primeira vez que actuou ou vivo em São Vicente, foi proporcionado por Chant, daí, sustentou, a “justa homenagem”.
A mãe Eloisa, presente nos dois dias, agradeceu “muito” a “homenagem devida” ao filho porque, sintetizou no final, “Alexandre [Chant] era uma pessoa com lucidez e que tinha um grande projecto que, infelizmente, não conseguiu concretizar”.
“Mas sinto-me orgulhosa dele, e esta homenagem foi uma forma de manter Alexandre na memória de todas as pessoas”, declarou.
Do palco, a música fluía, plateia repleta, sempre a responder, vozes e harmonias de vários quadrantes, até que Kally, do grupo Pret e Bronk, chamou à colação o sempre lembrado Biús, para lançar: “será que este Summer Jazz não terá começado lá atrás, no Mindelhotel, quando o Bius e muitos outros já fazíamos experimentações do género, coisa em que poucos acreditavam”, questionou, antes de pedir palmas para a dupla Vou (Pedro Monteiro)/Xazé (Alexandre Novais) por terem ajudado a que hoje haja “um jazz crioulo a surgir”.
Honras sejam feitas a Karamo, do Senegal, no Corá, mas que vive na ilha da Boa Vista, e à voz de Jessica Bongos, da Nigéria, que arrancaram vivos aplausos da plateia.
Com tantas acústicas de qualidade a desfilar ao longo da noite, quando, na recta final, o maestro cubano Ivan Melon, ao piano, que venceu o Grammy de música latina do ano passado, subiu ao palco, com os seus cinco músicos, para encerrar a XI edição do Mindel Summer Jazz, encontrou caminho aberto para uma actuação que tinha tudo para dar certo.
E deu, pois, prendeu a assistência com os suaves ritmos latinos, para, quando baixou o pano, a organização, através de Vou, dar conta do “grande nível” do certame, ano após ano, pelo que, para continuar nesta linha, nas próximas edições, não escondeu, é necessário que mais patrocinadores se aproximem.
O “até jazz” fica, então, marcado para o mês de Agosto de 2024.
Segue-se, no próximo final de semana, em São Vicente, nos dias 11, 12 e 13, mais um festival sanvicentino, desta feita, “Baía das Gatas”, que nesta 39ª. edição homenageia Bana, o rei da morna.