“Continuarás connosco, Sara, dizendo coisas bonitas. A tua luz alumiar-nos-á o caminho. Até sempre, cara amiga”, lamenta o Presidente da República, José Maria Neves.
“Voa borboleta. Serás eterna no `ponto de luz`, que nos fica. Cabo Verde acaba de perder uma ilustre figura e ícone da nossa música e da nossa cultura. O país está de luto”, Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, que lamenta a partida prematura da artista e compositora de ascendência cabo-verdiana, Sara Tavares.
Já na sua página pessoal na rede social, Abraão Vicente escreveu que “…nosso vibe, nossas estórias, nossas palavras e nossos silêncios de afecto, respeito e dignidade… sem palavras… Sara… guardamos tudo… lembramo-nos de tudo… uma lição grande tua vida… segue teu caminho de luz… um ponto de luz, rebelde e único… que nunca se apagará”.
Numa nota a Sociedade Cabo-verdiana de Música (SCM) escreveu que foi com profunda tristeza que recebeu a notícia do falecimento prematuro da grande compositora e artista, Sara Tavares. “Sara Tavares deu grande contributo à música e à cultura cabo-verdiana pelo que nunca a sua memória será esquecida”.
A Sociedade cabo-verdiana de Autores (SOCA) realçou que Sara Tavares concluiu a sua missão com mestria. “Uma música em pessoa; compunha, cantava e encantava a todos. Encheu os nossos corações de alegria e de luz. Assim, ousamos dizer que concluiu a sua missão com mestria. A Cultura e as gentes terão eternas saudades”.
“Partiu a nossa mana Sara. A sua música será sempre o nosso ponto de luz neste imenso universo. Obrigada por tudo e por tanto. Voa borboleta”, destacou a Harmonia Lda, organizadora do Kriol Jazz Festival.
A Associação Cabo-verdiana de Lisboa também lamentou, na rede social, a morte da cantora e compositora Sara Tavares. “Foi com muita tristeza e consternação que a `Nação PALOP` e o Mundo receberam esta triste notícia, aquela que ninguém esperava ou imaginava”.
“É com profunda consternação que tomamos conhecimento da notícia de falecimento da grande artista luso-cabo-verdiana Sara Tavares, uma artista de renome e um talento inigualável, que cativou o público com a sua forma singular de estar e cantar”, ressaltou a Câmara Municipal de Tarrafal de São Nicolau.
O grupo musical Bulimundo escreveu na sua página na rede social que é com enorme tristeza que se curvam perante a partida física de Sara Tavares. “Deixou-nos o seu `feeling`, imensas coisas bonitas e… a música”.
“Ah, Sarita... Estamos aqui sem saber o que fazer. Publicamos fotos de Ti, fotos contigo... Não sabemos o que fazer, repito. Só nos resta render homenagem à Tua pessoa e à Tua arte e dizer o quanto NU CREBU TXEU”, Nancy Vieira.
“Sara. Não encontro palavras para descrever o que sinto… Obrigada pela tua música amorosa …”, Lura.
“Custa-me acreditar... não tenho ainda palavras para descrever o que sinto neste momento. Vais brilhar sempre mana Sara... um ponto de Luz. Descansa em paz amiga”, Tito Paris.
Já o artista Dino D`Santiago recordou, na rede social, o momento musical que teve com Sara Tavares.
As cerimónias fúnebres de Sara Tavares serão reservadas apenas à família e aos amigos e fechado ao público.
“Voa Borboleta”
A cantora e compositora luso-cabo-verdiana Sara Tavares, diagnosticada com um tumor cerebral, morreu este domingo, 19, aos 45 anos, em Lisboa.
A notícia da morte foi dada pela comunicação social portuguesa, referindo que a cantora estava internada no Hospital da Luz, em Lisboa.
Ao longo do último ano, Sara Tavares tinha divulgado alguns temas novos, ao fim de cinco anos de silêncio. O mais recente tema, intitulado “Kurtidu”, saiu em Setembro passado pela Sony Music.
Sara Tavares, que nasceu em Lisboa em 1978, deu-se a conhecer ainda adolescente nos anos 1990 no concurso televisivo de talentos “Chuva de Estrelas”, da SIC, ao interpretar um tema de Whitney Houston.
Pouco depois, de 1994, venceu o Festival RTP da Canção com “Chamar a Música”, tema de Rosa Lobato de Faria e João Oliveira, com o qual obteve o oitavo lugar no Festival Eurovisão da Canção por Portugal. Dois anos depois, em 1996, Sara Tavares estreou-se com o álbum “Sara Tavares & Shout!”.
Nas duas décadas seguintes, Sara Tavares editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para “Balancê” (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação, os prémios BBC Radio 3 World Music.
Em 2011, recebeu o Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e, no ano seguinte, deu continuidade à digressão internacional “Xinti”, título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.
Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, “Fitxadu” (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.
A par da carreira em nome próprio, Sara Tavares colaborou com vários nomes da música portuguesa e lusófona, nomeadamente, Ala dos Namorados, Dany Silva, Paulo Flores, Buraka Som Sistema e Carlão.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1147 de 22 de Novembro de 2023.